3 - CONTEXTO: A Igreja local é a base de nosso serviço
- Não podemos ter grandes realizações sem um lugar e sem pessoas que compartilhem da mesma paixão. Esse contexto é que tem poder.
NÓS COMO CAMPO, NÓS COMO JOGADORES
- Toda adoração verdadeira e que honra a Deus encontra sua fonte de motivação e poder na obra consumada por Cristo e, portanto, só pode ser expressa por cristãos. E essa forma de adoração que a Bíblia chama de serviço pode ser praticada e expressa, de maneira que não é possível em nenhum outro contexto, quando cristãos se reúnem em uma igreja local.
- As pessoas, tomadas coletivamente, são a igreja (o campo de futebol), e ao mesmo tempo em que, tomadas individualmente, são os membros que participam da igreja (os jogadores). Nós, as pessoas, somos ao mesmo tempo o campo e os jogadores.
NÓS COMO IGREJA
- Na Bíblia, o mandamento para servir a Deus está quase sempre associado a um contexto específico: a presença de seu povo reunido.
- Assim, na adoração se tornou algo descentralizado e acontece onde quer que grupos de cristãos se reúnam para adorar a Deus. Essencial para essa adoração é nosso serviço, de uns para com os outros, de modo que nos tornemos mais efetivos individualmente como adoradores de Deus.
- Efésios 3.8-11
- Nossa adoção no reino nos salva individualmente para essa comunhão de uns com os outros (Efésios 2.17-22)
- A Bíblia ordena que continuemos a nos reunir para que possamos encorajar uns aos outros, enquanto procuramos colocar em prática esse plano (Hebreus 10.25)
- I Pedro 4.10
- Assim como um atacante de futebol precisa da rede para marcar um gol, nossos dons de serviço precisam de um contexto - a igreja local - para beneficiar a outros. A igreja fornece o contexto principal para essa mordomia da multiforme graça de Deus.
- A igreja é também um local no qual os fiéis são preparados para o ministério, em termos de teologia e prática.
- Evidentemente, pode haver diferentes campos onde servir, como o local de trabalho, seu bairro ou algum contexto cívico que não devem ser marginalizados. Contudo, a igreja continua a ocupar uma posição única, pois é através da igreja que Deus comunica sua multiforme sabedoria.
ESSA CONFUSÃO MARAVILHOSA
- Deus nos chama a servir a despeito dos inconvenientes e do desconforto, pois sua maior prioridade é a glória que ele receberá quando nossa vida se tornar mais e mais semelhante à sua imagem. Ele quer fazer uma verdadeira obra na igreja - através de nós -, a fim de ajudar a organizar essa confusão que é nosso pecado coletivo
- Uma das razões de a igreja ser o principal contexto para o serviço é por ela ser o local que as pessoas procuram quando estão confusas e precisam de ajuda.
- O que devemos sempre nos lembrar, especialmente quando a situação estiver muito confusa, é que por maior que seja a confusão ela jamais será capaz de invalidar o papel da igreja como o principal contexto para servir a Deus e ao próximo.
- Em última análise, é na igreja que o serviço começa e encontra seu cumprimento, pois, se nós não pudermos cuidar de nossa própria família, como poderemos cuidar com competência dos outros?
UMA UNIDADE DIVERSIFICADA
- “A igreja é chamada para servir a Deus de três maneiras: para servir diretamente a Deus, adorando-o; para servir aos santos, nutrindo-os, e para servir ao mundo, testemunhando.” (Edmund Clowney)
- De modo geral, a igreja local fornece dois contextos diferentes para o serviço:
1) Serviço Estruturado: Envolve posições (cargos) não limitadas a pastores, presbíteros, diáconos entre outros. São posições que envolvem qualquer coisa que seja prevista e programada. Elas permitem que as coisas sejam feitas com decência e ordem (I Coríntios 14.10)
2) Serviço Espontâneo: São frequentemente praticados por iniciativa individual. São aqueles atos cotidianos que engrandecem e dão vida ao evangelho. Eles podem ser praticados a qualquer momento, por qualquer cristão, conferindo ao serviço uma variedade e flexibilidade que o sistema formal e mais estruturado jamais poderia.
- Romanos 12.4-8
- É através de nossa diversidade, e não a despeito dela, que servimos aos outros.
- “Os dons do Espírito realmente diferem , mas não dividem, pois eles capacitam a igreja a funcionar como um organismo, o corpo de Cristo. A unidade orgânica requer diversidade de funções”. (Edmund Clowney)
- Embora sejam diferentes, os atos de serviço dos cristãos são unificados por um propósito comum: o amor que nasce do Deus do amor.
PROPÓSITO, NÃO PERFEIÇÃO
- Em um cenário mais amplo, a marca registrada da vida cristã não reside no fato de quão bem organizada ou estruturada ou quão espontânea seja a igreja, mas antes no fato de termos edificado nossa fé, nossa igreja e nossos ministérios sobre o fundamento do evangelho.
- A paixão pela igreja local deve resultar não de nosso trabalho na igreja, mas sim da paixão de Cristo, de seu planos e obra na igreja local.
- Embora a intenção deste estudo seja incentivar os cristãos a se tornarem mais ativos em nosso chamado celestial para o serviço, nosso Deus não é um capataz nem um tirano. Ele não espera ou exige que todos os cristãos, não importando as circunstâncias, sirvam na igreja continuamente. Há um tempo para tudo, incluindo para o descanso e repouso.
- Quando servir se torna uma obrigado para você isso normalmente significa que Deus também se tornou uma obrigação.
- Deus deseja simplesmente nossa adoração. Nossa perfeição ele já proveu em Cristo.
Extraído do livro “Serviço como adoração: o privilégio de servir na igreja local”, de Nate Palmer. São Paulo: Vida Nova, 2014.