Missão
Existimos para o louvor e adoração do Senhor, abençoando e edificando os membros e visitantes da Igreja Batista Canaã para seu crescimento espiritual, através da ferramenta poderosa que são as artes.

Visão
Ampliar a artes na Igreja; incentivar o crescimento técnico e espiritual de nossos integrantes, baseados no serviço cristão; e comunicar o evangelho de Cristo através das artes e de vidas comprometidas.

Valores
Somos criados para louvar ao Senhor e devemos fazê-lo com todo o nosso ser, usando da criatividade e dos dons e talentos que o nosso Deus nos concedeu.
A palavra de Deus nos dá respaldo para usarmos todo tipo de linguagem artística para o louvor do seu nome (artes visuais, música, teatro e dança), de forma que edifique a comunidade cristã local e comunique a mensagem salvadora de Cristo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

EBD: Lição 7 : OS EFEITOS DA ADORAÇÃO



INTRODUÇÃO
·     Se alguém nos perguntasse a razão de os cristãos passarem tantas horas preciosas sentados nos templos, cantando, orando e ouvindo mensagens, teríamos uma resposta fácil: Deus ordena que O adoremos.
·       
          À luz do preço infinito da salvação pago na cruz, todo sacrifício de tempo, dinheiro e esforço físico sempre será pequeno.  Adoramos a Deus porque o amamos e cremos firmemente que Ele deseja nossas fracas tentativas de expressar nossas ações de graça e dedicação.
·      
           Mas, adorar tem um valor extra Com muita razão, um escritor desconhecido disse: "A adoração transforma o adorador na imagem do deus diante do qual ele se curva". Esta conseqüência precisa ser cuidadosamente focalizada. Se alguém fizer do dinheiro seu deus, para ele as pessoas serão desvalorizadas em prol da ganância Paulo advertiu Timóteo: "Os que querem ficar ricos caem em
tentação e cilada... as quais afogam os homens na ruína e perdição" (1 Tm 6.9).
·    
         Se uma outra pessoa tiver a saúde e o bem-estar do corpo como seu deus, ela trocará o culto cristão por uma praia, montanhas e clubes. Suas economias financiarão a compra de vitaminas e alimentos sadios. Livros que orientam os leitores acerca de cuidados com o corpo físico substituirão a Bíblia. Os adeptos desta forma de pensamento mudarão assim a afirmação do apóstolo Paulo: "O exercício físico para tudo é proveitoso, mas a piedade para pouco é proveitosa... (1 Tm 4.8)
·       
        Se alguém elevar sua família ao trono supremo e perante ela se curvar, certamente será despedaçado pelas vontades divergentes e conflitantes que ali florescerão. Não foi apenas de forma teórica que Jesus declarou: "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6.24). Há também alguns que se chamem deuses, quer no céu, ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia para nós há um só Deus... para quem existimos, e um só Senhor... " (1 Co 8.5, 6).
·    
        Qualquer que seja o deus que cultuamos, dele aprenderemos como viver, alerta-nos para os efeitos de uma adoração voltada para um "senhor" deste mundo. Uma vez que a maioria das pessoas não adora ao Deus verdadeiro, não é de admirar que os valores se encaixem na seguinte deturpação das bem-aventuranças:

Felizes são as pessoas petulantes e atrevidas, pois delas é o progresso na vida.

Felizes são os insensíveis, pois nunca permitem que as coisas da vida lhes afetem.

Felizes são os estúpidos, pois nem se apercebem dos erros que cometem.

Felizes são os que dirigem com prepotência, pois assim é que obtêm bons resultados dos outros.

Felizes são as pessoas instruídas, pois sempre conseguem sair bem em qualquer situação.

Felizes são os valentões, pois, só pela fama que criam, todo mundo já os trata com cuidado. "1

Mas fica assentado que à medida que a adoração é verdadeira e oferecida pelo Espírito ao único Deus, haverá efeitos provocados pelos benefícios dessa comunhão.

1-      SEGURANÇA

·         O primeiro benefício que o culto em espírito e em verdade trará ao adorador deve ser a segurança íntima Crianças inseguras dependem de cobertores, chupetas e outros meios para substituir os braços maternos que lhes apertam contra o peito, e que na realidade são insubstituíveis.
·
         Todos nós encaramos a incógnita da vida. Não podemos prever os acontecimentos de um dia e, muito menos, de um ano ou uma década. Criam-se a insegurança e a ansiedade que podem paralisar o homem que não se firmou no Senhor.
  
·         Salmos (42 e 43) apontam especificamente para a adoração real como a solução para a insegurança que todos enfrentam no desencadear dos acasos, num futuro desconhecido. À luz desta necessidade que todo ser humano tem, deve-se conclamar os adoradores, repetidas vezes, em cultos dos mais diversos, a uma fé viva no Deus Todo poderoso que faz com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que O amam (Rm 8.28).2 A adoração edifica a fé sobre a Rocha divina que opera em todos os acontecimentos segundo o propósito de Sua vontade (Ef 1.11).
·         
    Os desafios da vida cortam-nos as pernas e machucam nossos pés. Onde haverá um terapia que levante nossos olhos para o horizonte e nos faça andar confiantes e esperançosos? A resposta bíblica sempre será: "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará" (Sl 37.5).

"Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento, reconhece-o em todos os teus caminhos e ele endireitará as tuas veredas" (Pv 3.5, 6).


2-     COMUNHÃO E RECONHECIMENTO MÚTUOS

·         O segundo efeito de uma adoração bíblica, conforme o coração de Deus, será a comunhão mútua na família de Deus. Um casal cristão, sofrendo de incompa-tibilidade de gênios, poderia assistir ao concerto de uma orquestra e arrepiar-se com a beleza e a força da música, mas os problemas de relacionamento em pouco ou nada melhorariam.
·      
        Nos capitulos anteriores vimos em Atos 2 e 4, 1 João e Mateus 25 que conhecer Jesus Cristo implica no reconhecimento dos que a ele pertencem. Adorar o Pai estimula a apreciação pelos "filhos". Se este não é o resultado do culto prestado pela igreja, pode-se concluir que ele não é verdadeiro, mas espúrio, uma simples forma sem essência.

3-     SANTIFICAÇÃO

·         O terceiro efeito notável que o contato com Deus produz é a busca da santificação. Sentimo-nos tão incomodados ao tomar conhecimento dos nossos deslizes morais e falhas espirituais na presença do único Deus santo, da mesma forma como nos sentiríamos usando roupas imundas, rasgadas e malcheirosas, na sala do trono, diante de um rei.
·   
         O desejo ardente de receber a lavagem que afasta nossa culpa, como ocorreu com Pedro na noite em que Jesus foi traído (Jo 13.9, 10), e a busca da santidade são conseqüências da aproximação de Deus, no Espírito.
·
         Desse modo, o culto deve fazer-nos parar de usar a língua para mentir, xingar ou murmurar (Ef 4.29, 31). Uma língua oferecida inteiramente a Deus somente emite palavras "boas para edificação" (v.29); fala a "verdade em amor" (4.15). Se, como foi dito há muito tempo, "a única intolerância de Deus é o pecado", será impossível ficarmos tão cheios de auto-satisfação diante das evidências que uma consciência bem instruída pela Palavra nos fará ver, quando vivemos realmente na presença de Deus.  Se a "regeneração é a fonte, a santificação é o rio"

4-     VISÃO TRANSFORMADORA

·         O homem que normalmente vive na presença do único Deus terá sua visão do mundo mudada. Aos poucos, enxergará tudo do ponto de vista divino. "A capacidade de pesar todas as coisas na balança de Deus e dar a elas o mesmo valor que Deus dá é a marca da vida cheia do Espírito". Quando olhamos para a superfície, apenas para o presente, e não visualizamos o significado central nem o efeito eterno, demonstramos nossa comunhão superficial com Aquele que em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a Cruz.

·         A pessoa que examina a realidade à sua volta, fica contente ou triste pelo que vê. Mas será que o seu gozo é compartilhado com o Rei do Universo que está vendo estas mesmas circunstâncias e fatos?
  
·         Judas viu o recipiente de bálsamo partido e o conteúdo despejado. Sua visão defeituosa não permitiu que se alegrasse com Jesus nesse ato de amor (Jo 12.5-8). Paulo e Silas aparentemente tinham tudo para ficarem revoltados e tristes na prisão de Filipos. Mas, surpreendentemente, a visão que haviam obtido pela constante comunhão com Deus só deu motivos a louvores (At 16.25). O resultado da íntima comunhão com Deus cria o desejo de colocar a honra de Deus acima da própria segurança física

5-     EVANGELIZAÇÃO

·         O quarto efeito de um culto digno do Senhor será o desejo crescente do adorador de ser testemunha de Jesus Cristo e arauto das boas novas acerca dEle.  O Mestre convidou os discípulos a seguirem-no (Mt 4.19; Mc 1.17; Lc 5.10), mas os enviou sem obrigá-los a ir. "Ser-me-eis testemunhas em Jerusalém, Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1.8).
·       
        O propósito de Jesus para aqueles homens rudes e simples realizou-se pela comunhão (Mc 13.14) e pela concessão do Espírito Santo (At 1.8). Dessa forma, o Senhor deixou muito claro que a comunhão com Ele e o poder que dEle se originava motivaria toda a realização da tarefa missionária Se as igrejas evitam a comunhão permanente com o Arquiteto da Igreja (Mt 16.18), não é de se admirar os erros que os "mestres de obras" cometem. Nem deve-se estranhar a facilidade com que os trabalhadores desistem da obra ainda tão longe do término.
·    
       A adoração é a chave de ouro que motiva a evangelização. Os seres viventes e os vinte e quatro anciãos cantam o novo canto porque reconhecem a dignidade do Cordeiro que comprou com seu sangue os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9). Aqui na terra há um reflexo deste cântico em nossos cultos, mas freqüentemente são palavras expressas com pouco amor e sem o estímulo do Espírito Santo.

6-     PREOCUPAÇÃO COM  A ALEGRIA DE DEUS

·         Um efeito deve ser almejado acima de todos os outros. Diz respeito a Deus, não principalmente a nós. Deus procura verdadeiros adoradores que O glorifiquem. Se O adoramos de acordo com suas normas, ele se alegra (Cl 1.10; cf. Lc 15.32). "Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente" (Rm 11.36).
·
         A única maneira de verificarmos se Deus agradou-se de nosso culto é conhecê-lo tão bem, a ponto de não haver possibilidade de erro. Jesus, e não os judeus, agradou sempre ao Pai porque Ele O conhecia, mas eles não (Jo 8.29, 55). Se nos apegarmos à verdade revelada na Bíblia até ao ponto de "habitarmos" na sua palavra (Jo 8.31), certamente chegaremos a conhecer melhor a Deus.

·         Para conhecer bem um homem, tomam-se necessários contatos maiores do que aqueles que, normalmente, um carteiro tem. Mesmo o convívio com um colega da escola ou da fábrica não proporciona a oportunidade de penetrar profundamente além da casca de um homem complexo.

·         Somente um filho ou a esposa pode reivindicar que conhece bem a personalidade do pai ou do marido. Um ato realizado por um filho de um ano de idade pode suscitar prazer ao pai, mas se a mesma ação for praticada pelo mesmo filho, cinco anos depois, decepciona e irritará o pai. Isto não acontece pelo fato de o pai precisar de estabilidade mental, mas unicamente porque espera que a passagem dos anos produza maior maturidade por parte do filho, "a santificação é progressiva; se ela não cresce é porque não vive".

·         Assim também se deu no relacionamento de Jesus com seus discípulos. Eles começaram sua caminhada em plena ignorância (Jo 1.35-39, 46). Incrivelmente, após uns dois anos ainda viam a realidade espiritual de maneira cega, como gatinhos recém-nascidos (Mc 8.18). Seus ouvidos eram comparáveis aos de um velhinho que não capta o que se passa ao seu redor (Mc 8.18). Seus corações tinham mais em comum com um coco seco do que com o órgão no peito que faz circular o sangue (Mc 8.17).

·         Esta péssima nota que Jesus deu a seus alunos não quer dizer, de forma alguma, que ele não se agradou com a decisão que tomaram de segui-lo. Sem dúvida, após aqueles dois anos (cf. Mc 8), entendiam bem mais do que nos primeiros dias.
  
·         Mesmo no fim da jornada em que os discípulos foram chamados de amigos (e não escravos), porque
"tudo que ouvi do meu Pai vos fiz conhecer" (Jo 15.15).  
“Jesus falou da vinda do Espírito que os guiaria a toda a verdade" (Jo 16.13).  
*Um conhecimento profundo e atualizado é resultado unicamente de um convívio íntimo e contínuo com Deus.
·         
     Mesmo os que dirigem os cultos deixam de perceber que a maioria dos cristãos passa seus anos sem jamais parar para perguntar se Deus está satisfeito com o culto a Ele oferecido.
·    
     Quando a adoração realmente acontece, duas pessoas se aproximam, sendo a primeira Deus, em sua majestosa perfeição, e a segunda, um pecador cansado pela futilidade de suas ambições não alcançadas.

·         A adoração deve reconcentrar nossas preocupações em Deus, desviando-nos das circunstâncias ao redor. Por Deus ser o supremo valor, de que valerão os "bons" ou "maus" acontecimentos que nos assediam? Tozer declarou: "Quem tem Deus e mais nada não tem menos do que o homem que tem Deus e tudo mais". Enquanto não adorarmos da forma verdadeira, esta frase apenas será uma frase bonita. Um dos efeitos mais notáveis da convivência com Deus será sempre o que Paulo expressa nestas palavras: "Para mim o viver é Cristo" (Fp 1.21). Agostinho falou uma grande verdade ao afirmar: "Deus encontra prazer em nós quando encontramos prazer nEle".


Extraído  do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993, págs 141-151.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

V Encontro Musical IBC

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EBD: 6 – A PRÁTICA DA ADORAÇÃO – parte 2


6 – A PRÁTICA DA ADORAÇÃO – parte 2

O Cântico no Novo Testamento

·         Surpreendentemente encontramos poucas referências ao cântico no N. T.
·         Mt 26.30; Mc 14.26; At 16.25

Salmos, Hinos e Cânticos

·         "Cânticos espirituais" (Cl 3.16), surgiram, provavelmente, por inspiração imediata do Espírito Santo.
·         No Apocalipse, várias referências aos cânticos dos adoradores celestiais revelam características de exultação e júbilo na contemplação da vitória retumbante de Deus e Seu Filho sobre todas as forças do maligno (5.9, 10; 14.3; 15.3, 4).
·         Os "salmos" (Cl 3.16) provavelmente são os mesmos do A. T., amados por nós e lidos. Nas sinagogas, os judeus cantavam salmos, como também os essênios do Mar Morto. em nossos cultos.
·         Os "hinos" (humnoi) também, provavelmente, referem-se aos hinos de louvor a Deus e a Cristo, compostos espontaneamente por cristãos, ou em outras horas.
·         Estas três palavras, "salmos, hinos e cânticos" (Cl 3.16), tomadas juntas, descrevem de modo global o âmbito da adoração expressa pela música e estimulada pelo Espírito. O termo "espirituais" refere-se a todas as formas de expressão de louvor contidas nos três termos, ainda que não possamos precisar as formas exatas da expressão musical
·         Não devemos deixar passar despercebido que mesmo que a igreja louve ao Senhor por meio da música cantada, ela estará igualmente, "instruindo e aconselhando" (gr. nouthetountes, "advertindo") uns aos outros por meio de tais expressões musicais. A Deus são oferecidos louvor e gratidão; aos membros da congregação estimula-se o encorajamento.
·         Muito tem sido publicado sobre hinos e cânticos compostos nas igrejas e citados pelos escritores do N. T.. Há muitos hinos chamados "sacramentais", entre os quais o mais bem atestado seria Ef 5.14. Reflete o significado da ordenança simbolizando morte e ressurreição, seguidas pela iluminação da instrução de Cristo na igreja.
·         Em segundo lugar, há meditações que empregam linguagem de retórica, e tratam de temas teológicos profundos como, por exemplo, Ef 1.3-14; Rm 8.31-39 e I Co 13.49 Não parece provável que estes textos tenham sido cantados como hinos ou versos decorados por todos os participantes, mas sua estrutura poética e lírica sugere a importância que devem ter tido na expressão de adoração no período do N. T.
·         Em terceiro lugar, podemos notar os hinos confessionais, como Paulo citou em 2 Tm 2.11-13. Este foi composto de quatro séries de linhas duplas sobre o tema do batismo e martírio. O ritmo nos versículos 15 e 16 faz-se notável no original. Neste hino, novamente o elemento de exortação se destaca encorajando o perseguido cristão a contemplar o galardão oferecido e garantido a todos os que perseveram.
·         Um quarto tipo de cânticos são os cristológicos. Nenhum sobressai com mais relevo do que 1 Tm 3.16, introduzido com a frase: "Grande é o mistério da piedade". Este "coro" ou "corinho" de apenas seis linhas contém o cerne da verdade cristã acerca de Jesus Cristo, que foi revelado (encarnado) na carne, mas justificado no Espírito.
·         Não devemos concluir que o canto é uma atribuição apenas de coristas e cantores talentosos que, após muitos ensaios, apresentam melodias harmoniosas e complicadas. A questão não é de o adorador "ter uma voz", mas de "ter um cântico". Os crentes contemporâneos de Paulo, que encheram as casas para adorar ao Senhor, tinham um cântico que o Espírito lhes dera
·         Sugerimos que a proclamação "em grande voz" de "milhões de milhões" de anjos, "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Ap 5.12), tinha seu eco de entusiasmo nas reuniões das igrejas locais em toda a Ásia. Hoje não é diferente. Milhares de jovens brasileiros participam calorosamente do canto deste "corinho". Apesar de hoje serem diferentes o ritmo e a melodia que acompanham esta expressão de louvor, o resultado final deve ser semelhante ao do primeiro século. Música que emana da alma e expressa as profundas emoções espirituais, como também os anseios do coração, é uma oferta digna da adoração em verdade.
·         No Antigo Testamento, a expressão musical muitas vezes acompanhava a oferta de sacrifícios. "No seu tabernáculo oferecerei sacrifício de júbilo; cantarei e salmodiarei ao Senhor" (Sl 27.6b). Ainda que hoje não queimemos holocaustos, nem degolemos cordeiros para ofertar, nosso louvor deve aumentar à proporção que Jesus Cristo, "nosso Cordeiro pascal" imolado por nos, se torna, para nós, mais valioso do que um animal mudo. Antes de Jesus Cristo, o judeu entregava à morte um bode ou bezerro, para fazer propiciação pelo seu pecado. Hoje, confiando no perfeito sacrifício do nosso Sumo Sacerdote-vítima, devemos oferecer "sempre sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome" (Hb 13.15).
·         A música envolve os sentidos, o corpo e a criatividade dos adoradores. Stephen Winwar falou: “Tanto em revelação como em resposta, a adoração deve envolver toda a personalidade do homem, o corpo e os sentidos, pensamentos e palavras, movimento e ação, como também o ouvir e o entender". Justamente no entusiasmo do cântico e do sacrifício de louvor é que os adoradores podem expressar "com todo seu coração" (Ef 5.19) o que sentem para com o Remidor de suas almas.
·         A música harmoniosa deve desafiar a congregação que canta a "esforçar-se diligentemente por preservar a unidade do Espírito" (Ef 4.3). A harmonia musical atrai porque as vibrações sonoras não entram em choques contraditórios, mas se complementam e despertam nossa admiração. As leis que regem a combinação dos tons e compasso do ritmo fornecem uma figura de complementação na diversidade dos membros da igreja que se unem em adoração (1 Co 12.13-26).

A Adoração e os Dons

·         Passando da descrição de adoração em Atos para Romanos e 1 Coríntios, descobrimos que o exercício dos dons do Espírito deve ser encarado como uma expressão de culto a Deus. Somente no caso dos dons serem motivados por amor genuíno pelos irmãos e por Deus é que podemos encaixá-los no quadro de um culto genuíno, "em Espírito e em verdade".
·         A significação dos cultos nos quais a congregação se reunia alcançou relevância particular na concentração de vozes louvando e ensinando juntas, com corações sedentos, aprendendo e aplicando a Palavra.
·         Edificação seria um dos termos chaves em 1 Coríntios 14 vv.3, 4, 5, 12, 17, 26), onde o apóstolo avalia os dons de profecia e línguas.
·         Creio que podemos confiar que o ensinamento inspirado acerca dos dons foi-nos dado para continuamente rebuscar a verdadeira adoração que agrada a Deus. Como Pai, Deus valoriza a contribuição de todos os Seus filhos, não apenas a do pastor titular. Por isso, "ser membros uns dos outros" (Rm 12.5) envolve o serviço a Deus, com os irmãos servindo-se mutuamente. O culto racional (logikēn, "espiritual, genuíno, verdadeiro") agrada a Deus (Rm 12.1), porque corresponde à figura do corpo humano cheio de saúde e vigor.

Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993, págs 67- 104.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

17º Congresso da Família


LOCAL:
Igreja Batista Canaã, 40 - Jd. Eliane - São Paulo
(altura do nº 3000 da Av. Itaquera)

CONTATO:
faleconosco@ibcanaa.com.br
(11) 2742-4016

quinta-feira, 10 de maio de 2012

EBD: 6 - A PRÁTICA DA ADORAÇÃO (parte 1)


6 – A PRÁTICA DA ADORAÇÃO (Parte 1)

Introdução

·         Deus mandou que seu povo, sob a Antiga Aliança, cumprisse ao pé da letra todas as Suas instruções a respeito da adoração (Êxodo 25.9). Foi Deus quem planejou a participação dos sacerdotes e levitas no culto que Ele mandou que oferecessem (1 Cr 9.33).
·         Após a leitura do A. T., estranhamos o fato de não descobrirmos no N. T. regras explícitas para nos informar que tipo de culto Deus quer.
·         Atos 2.42 - Adoração, para manter o padrão apostólico, deve se aprimorar no ensino, comunhão, celebração da Ceia e oração.

A Doutrina dos Apóstolos

·         Doutrina (gr. didachē, "instrução"), não significa apenas granjear informação. Não foi uma aula bíblica acadêmica que os apóstolos ministraram, mas ensinamentos junto com apelos aos "discípulos" para que acatassem as diretrizes do Senhor. Quando igrejas do século XX dão uma ênfase exagerada à transmissão da informação e não à sua expressão, elas promovem depressão espiritual.
·         W. Tozer disse em “O Conhecimento do Santo” que o que mais importa a respeito de um homem é o que ele crê a respeito de Deus. Para crer torna-se essencial saber, ser instruído.
·         O conteúdo dos evangelhos, antes de ser escrito, teria sido primeiramente comunicado aos iniciantes na fé em pedacinhos e retalhos, até que eles alcançassem uma vida madura. O quadro do discípulo descrito nos evangelhos de Mateus e Marcos foi formado para encorajar leitores das décadas 60-70 a não se desanimarem na longa caminhada.
·         O A. T. também foi a Bíblia da Igreja3 Nas reuniões eram feitas exposições de textos dentro da nova visão cristã. Novas aplicações de velhas passagens receberam o endosso dos apóstolos que se formaram na "escola" de Jesus. Tudo se transformara dentro da perspectiva cristológica, ao aplicar a verdade à vida, como vemos nas mensagens de Pedro, em Atos.
·         O ensino dos apóstolos tinha como alvo prioritário "dar a conhecer qual seja a riqueza da glória, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória, o qual anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando... a fim de apresentar todo homem perfeito em Cristo" (Cl 1.27, 28). O culto servia como instrumento que levava à maturidade.
·         1 Ts 1.5; 2.13
·         Os cristãos de Jerusalém "perseveraram na doutrina dos apóstolos" porque os discípulos "haviam estado com Jesus" (At 4.13) durante centenas de horas num período de três anos. A adoração, na prática, deve dar lugar central à palavra de Deus porque Ele assim ordena. Se a maioria dos adoradores de uma igreja não sente a convicção do Espírito, nem um incentivo para corrigir os erros que comete e, ainda, não está crescendo para plena maturidade, algo de importante está faltando nos cultos. "Perseveravam na doutrina dos apóstolos" comunica a seriedade com que a igreja de Jerusalém encarou a importância da Palavra para o culto.

Comunhão

·         A alegria e entusiasmo tomavam conta dos recém-batizados no Espírito. 'Tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração" (v.46) indica que barreiras que separavam os irmãos desapareceram. O espírito de egoísmo foi substituído pelo desprendimento que caracteriza uma família onde há amor e comunicação. A generosidade era natural naquele ambiente.
·         Ações de graça pelo sacrifício do Filho de Deus incitam os filhos beneficiados a indagar como se desincumbir da obrigação imposta Que presente digno devemos trazer para o altar cristão (cf. Mt 5.23s)?
·         O pano de fundo da eucaristia cristã descobre-se na refeição da Páscoa. Além de relembrar (repetindo as palavras interpretativas) a morte de Jesus e a inauguração da Nova Aliança, a Ceia confirmava, de maneira inconfundível, que todos os participantes tinham uma vida em comum. Ricos e pobres, livres e escravos, todos se comprometiam diante de Deus a ter e manter uma responsabilidade mútua, uns pelos outros.
·         A participação "em memória (anamnēsin) de mim" quer dizer que a igreja agradece e honra o doador de uma salvação de infinito valor. Mas também deve ser a ocasião de se formar o corpo e de se edificar a igreja.
·         A "koinonia de Jesus Cristo" (1 Co 1.9) não pode estar restrita a uma congregação ou denominação. Como declara o apóstolo João: "O que temos visto e ouvido, anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais comunhão (koinonia) conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo" (1 Jo 1.3). Quando adoramos, declaramos e mantemos comunhão com Deus e também com os que o conhecem.
·         A comunhão passa da teoria à prática, nos cultos e na mútua cooperação de irmãos.

O Partir do Pão

·         Esta frase de Jesus quer dizer "tomar uma refeição", como podemos verificar em Atos 20.11
·         As ocasiões pós-ressurreição, nas quais o Senhor comeu pão em Emaús (Lc 24.30) ou peixe em Jerusalém (Lc 24.42s. ), provavelmente causaram festas comemorativas. Importante é o relato preservado em João 21.13, onde Jesus, após sua ressurreição, tomou o pão e o deu aos discípulos, seguido pelo peixe.
·         Se perguntarmos que significado tinham essas refeições para os crentes reunidos em culto, descobriremos a característica de gozo e júbilo religiosos. Naqueles cultos em torno das refeições, os celebrantes estavam prevendo o futuro banquete messiânico, as chamadas "bodas do Cordeiro" (Ap 19.9). Então, a presença do Senhor na reunião da igreja para "partir o pão" unia o passado histórico, o presente espiritual e o futuro escatológico.
·         Paulo descreve a alegria da festa, que tão facilmente podia descambar para a desgraça em Corinto (1 Co 11.20-22). Provavelmente nas mentes dos crentes associava-se esta festa, a Ceia do Senhor, com festas pagas nas quais os adoradores honravam seus deuses por meio de orgias caracterizadas por muita comida, bebida (alcoólica) e divertimento desenfreado. Paulo critica duramente os coríntios que tão vergonhosamente desonraram o Senhor e a igreja, embriagando-se e comendo antes que os pobres e escravos chegassem. Eles não entendiam que a santa comunhão não se manifesta sobre a mesa, mas em volta da mesa.
·         A alegria da “festa agapé" precisava ser temperada com o drama espiritual que Jesus inaugurou na noite em que foi traído (1 Co 11.23). Aquela Ceia pascal, celebrada por Jesus, marcava o início da Nova Aliança e a formação do novo povo de Deus. Este povo deve ser marcado pela humildade dos seus líderes (Jo 13.14) O amor mútuo (Jo 13.34).

As Orações

·         O judeu do primeiro século dificilmente podia imaginar um culto sem orações, pelo menos na sinagoga. Consequentemente, era natural que os primeiros cristãos continuassem essa prática.
·         Ainda que pensando num sentido mais geral, a oração se distingue da adoração pela preocupação do suplicante com suas necessidades, enquanto a adoração conceitua a alma sobre seu Deus. Um comentário puritano sobre o Salmo107 dizia "A miséria instrui maravilhosamente a pessoa na arte de orar".
·         Mas as orações bíblicas valorizam a comunhão com Deus. Como aparelhos complicados, projetados para uma função particular, deixamos de alcançar o objetivo de nossa existência fora da comunhão que a oração cria Egoísmo, soberba e murmuração aniquilam a comunhão.
·         Amar a Deus acima de todo objeto por ele criado só pode significar que Ele quer ser conhecido e desejado pelas Suas criaturas. Por isso, as orações dos santos são qualificadas como o incenso que enche os vasos de ouro nas mãos dos 24 anciãos que rodeiam o trono do Senhor do universo (Ap 5.8; cf.8.3).
·         A oração, mesmo quando elevada de uma forma particular, não pode estar isolada do contexto social. Deus é nosso Pai, não meu Pai. Deste modo, não nos aproximamos do trono da graça sozinhos, mas com o irmão, e até com a igreja.
1.    O princípio da dependência: Jo 15.5
2.    O princípio da união: Mt 18.19
3.    O princípio da comunhão: At 4.24
4.    O princípio do reconhecimento da grandeza de Deus: Is 37.15-20
5.    O princípio do paralelismo nas Escrituras: Rm 15.4; Hb 4.16
6.    O princípio de prioridades: At 4.27-31


Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993, págs 67- 104.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

EDB: 5 – O PREPARO PARA A ADORAÇÃO

Introdução

·         Poucas são as atividades das quais participamos e que não podem ser aperfeiçoadas com preparo e treinamento. Cultuar também exige preparo.
·         A maioria na igreja, para não dizer todos os participantes, naturalmente conclui que está sendo honrada com um sermão que exigiu um alto preço em horas de concentração e preparo. Porém, o culto não tem o propósito principal de agradar aos participantes mas, sim, conduzi-los na direção de uma adoração aceitável a Deus. Por isso, devemos nos lembrar continuamente que a condição de um "verdadeiro adorador" só será alcançada se os participantes se prepararem conscientemente.

1.    O Passo da Busca

·         A adoração do Deus vivo, o Deus que Se revelou aos escritores bíblicos, sempre apresentou o desafio de ser Deus Absconditus (no hebraico, "um Deus que se vende", Is 45.15).1 Implica no fato de que não é porque abrimos a Bíblia para ler ou curvamos a cabeça para orar que O encontramos. "Busquei ao Senhor e ele me respondeu" (Sl 34.4, NIV). O salmista encontrou-O porque O buscou.
·         Nosso Deus está, enigmaticamente, perto de todos os Seus filhos, mas nem por isso O enxergamos cada vez que erguemos nossos olhos ou nos sentamos num banco de uma igreja.
·         Sl 42.1; Sl 63.1; Sl 27.8; Sl 84.2
·         Deus galardoa aos que O buscam com diligência, mas raramente vem ao encontro daqueles que não se importam se a comunhão que gozam é com seu próprio íntimo ou com a Fonte de todas as coisas (cf. Hb 3.19).
·         Quando esquecemos do "sabor" de encontros anteriores e nos falta o apetite intenso, como o de uma criancinha (1 Pe 2.2, 3), a adoração que prestamos não passa de religiosidade exterior, a de fachada habitual, em vez daquela de coração.
·         E se não desejamos realmente contato com Deus quando cultuamos, que fazer? Percebemos que o sentimento de insatisfação provocado pela separação de Deus é o mesmo que nos empurra em direção à verdadeira adoração; é sinal evidente da Sua graça O apetite manifesta o excelente estado da saúde física; assim também a profunda solidão da alma se faz sentir diante da necessidade de comunhão. Se falta tal desejo, certamente advém um mal-estar espiritual, que aniquila a fome pelo Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

2.    O Passo da Auto-Avaliação que Conduz ao Arrependimento

·         Via de regra, podemos pressupor que a consciência cristã acusa o que anda no caminha largo, mantendo solidariedade com a maioria mundana. Mas há inúmeras exceções.
·         Davi, depois de adulterar, tentou apagar a evidência do seu crime. Não sentiu o profundo repúdio do Senhor marcando o seu Intimo. Mas quando Natã o repreendeu, ficou indefeso (2 Sm 12.7-10).
·         Adoração sem arrependimento não agrada ao Senhor. Ele se agrada, porém, do culto que lhe é prestado por um espírito quebrantado e um coração contrito, Ofertas e holocaustos sem um auto-exame não trazem proveito. (Sl 51.16, 17).
·         O culto oferecido sem a devida purificação é declarado "detestável", e cria aborrecimento. Em lugar de ser digna do culto, essa adoração leva o Senhor Deus a fechar os olhos e os ouvidos. Mas, se os pecadores se purificarem, deixando de praticar o mal, serão aceitos (Is 1.13-16).
·         Também o quadro apresentado no Novo Testamento não difere daquele já visto no Antigo. A oração que Jesus ensinou aos discípulos instrui-nos a pedir perdão a Deus pelas dívidas contraídas por pecados que continuamente cometemos (Mt 6.12). A morte instantânea de Ananias e Safira, no meio da igreja de Jerusalém, revela a seriedade com que Deus encara o pecado escondido nos corações de adoradores hipócritas (At 5.1-11).
·         Arrependimento bíblico sempre foi mais do que apenas sentir pesar por termos escorregado moralmente. Trata-se de uma mudança de atitude. Metanoia, "transformação de mente", é o vocábulo que o N. T. emprega.
·         Homologeō" ("confesso") quer dizer "concordar e declarar publicamente"; isto é, Deus está certo e eu errado. Quando concordamos com o ponto de vista divino, Ele "é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (I Jo. 1.9).
·         Uma das explicações mais coerentes para a frieza e aridez em muitos cultos está em que existe pecado nos corações dos membros da igreja Conscientemente ou não, optamos pelo comodismo da iniquidade não confessada, em vez da alegria no Senhor. Acã (e sua família?) não teve a coragem de admitir que ele havia conturbado Israel e provocado a derrota (Js 7.25). As consequências foram desastrosas.
·         O estudo sério das Escrituras, a reflexão profunda sobre as mensagens bíblicas e livros de cunho espiritual desafiar-nos-ão a viver segundo o Espírito. Abrirão caminhos para darmos este importante passo preparatório à adoração.

3.    O Passo da Meditação

·         Irmã gêmea da contemplação que desenvolve a visão interior, a meditação encoraja o coração a se preparar para gozar da comunhão por meio dos olhos deste e pelos ouvidos do intimo.
·         Para meditar precisamos de tempo e espaço onde possamos nos aquietar para conhecer a Deus (Sl 46.10). O psiquiatra C. C. Jung declarou: "A pressa não é do Diabo, ela é o próprio Diabo".
·         Jesus aguçou a imaginação quando usou figuras e parábolas, para ultrapassar os limites da razão humana. Os discípulos deveriam comparar as flores do campo com o esplendor do rei Salomão e, assim, entender o que Deus pensa das pessoas que, aparentemente, não têm importância (Mt 6.28-30). O Mestre pintou este quadro para estimular a mente criativa e, por meio dela, ultrapassar os limites do pensamento corriqueiro.
·         Se quisermos encontrar o Deus da Bíblia, temos que concentrar nossa imaginação na Sua revelação em encontros com homens e mulheres como nós.
·         Preparamos devidamente nosso coração para cultuá-lO, a partir do momento que fixamos nossa meditação em Seus atos graciosos e encontros transformadores. Ao relembrá-los enquanto buscamos a Sua face, alcançamos plena esperança de um reencontro que suscitará louvor (veja Salmos 105 e 106).
·         "Há um perigo e uma tentação", disse George Fox, "de arrastar suas mentes para seus negócios e as entupir com eles, de maneira a quase não ter possibilidade de fazer coisa alguma para o serviço de Deus... e então se o Senhor Deus lhes cruzar e lhes fizer parar no mar ou na terra, e tirar deles seus bens e lucro, para aliviar suas mentes, então a mente atarefada sentir-se-á frustrada, estando fora do poder de Deus. "12 Na atitude contrária haverá o benefício de uma meditação disciplinada e bíblica para o adorador que busca comunhão real com Deus.

4.    O Passo da Expectativa

·         Um quarto passo que conduzirá na direção de uma adoração verdadeira é tomado quando cultuamos em espírito de esperança. Uma expectativa alegre deveria empolgar por antecipação os cristãos que se deslocam para a igreja ou se ajoelham para gozar da comunhão com Deus.
·         Pedro afirma exatamente isto ao descrever o júbilo que, na sua totalidade, teremos somente após a ressurreição, no escaton, após o fim deste século. Porém, ele nos é oferecido no presente pelo amor, sendo recebido pela fé. "A quem não havendo visto amais, no qual não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia (irradiada) de glória" (1 Pe 1.8). Prever esta alegria indizível, como a criança prevê uma descida para a praia, prepara melhor o coração para os encontros periódicos com Deus e em reunião com sua família Horas de culto criarão esta expectativa, se forem alegres e atraentes.
·         Se adorar em essência quer dizer "alegrar-se no Senhor", o gozo, o bom tempo, no melhor sentido, terão destaque. Uma característica destacada de toda igreja que cresce é descoberta em seus cultos que produzem mais alegria do que tristeza ou enfado. Não procuramos diversão, mas uma satisfação em íntima comunhão com o Pai.
·         O fato de que muitas igrejas apresentam um culto enfadonho, até repulsivo, faz com que os jovens, ao chegarem à idade quando os pais não podem obrigá-los à frequência aos cultos, deixem de frequentá-los. Mas a igreja que celebra cultos alegres encontra facilidade em manter os jovens engajados. Forma um estado de expectativa constante no coração do adorador que se preocupa mais com a realidade do que com as aparências valorizadas pela tradição eclesiástica desatualizada e descontextualizada.
·         O espírito do adorador que espera no Senhor sabe que existem experiências melhores do que as que já experimentou. Alimenta a expectativa de aproximar-se ainda mais de Deus à medida que os dias passam. Esta esperança não lhe permite descansar na corrida para uma comunhão mais íntima, nem encoraja o relaxamento espiritual.
·         A adoração deve ser repleta de sentimentos de gratidão e louvor. "Bendito seja Deus que nos tem abençoado com toda sorte de bênção nos lugares celestiais" (Ef 1.3). Bendizemos, de fato, na medida que apreciamos a quem nos galardoou graciosamente com todas as Suas bênçãos. Se perdermos a visão da grandeza dos benefícios que a nós Ele outorgou, lentamente se esgotará no culto o sentimento de celebração.

Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993, págs 52- 66.