Missão
Existimos para o louvor e adoração do Senhor, abençoando e edificando os membros e visitantes da Igreja Batista Canaã para seu crescimento espiritual, através da ferramenta poderosa que são as artes.

Visão
Ampliar a artes na Igreja; incentivar o crescimento técnico e espiritual de nossos integrantes, baseados no serviço cristão; e comunicar o evangelho de Cristo através das artes e de vidas comprometidas.

Valores
Somos criados para louvar ao Senhor e devemos fazê-lo com todo o nosso ser, usando da criatividade e dos dons e talentos que o nosso Deus nos concedeu.
A palavra de Deus nos dá respaldo para usarmos todo tipo de linguagem artística para o louvor do seu nome (artes visuais, música, teatro e dança), de forma que edifique a comunidade cristã local e comunique a mensagem salvadora de Cristo.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

EDB: 5 – O PREPARO PARA A ADORAÇÃO

Introdução

·         Poucas são as atividades das quais participamos e que não podem ser aperfeiçoadas com preparo e treinamento. Cultuar também exige preparo.
·         A maioria na igreja, para não dizer todos os participantes, naturalmente conclui que está sendo honrada com um sermão que exigiu um alto preço em horas de concentração e preparo. Porém, o culto não tem o propósito principal de agradar aos participantes mas, sim, conduzi-los na direção de uma adoração aceitável a Deus. Por isso, devemos nos lembrar continuamente que a condição de um "verdadeiro adorador" só será alcançada se os participantes se prepararem conscientemente.

1.    O Passo da Busca

·         A adoração do Deus vivo, o Deus que Se revelou aos escritores bíblicos, sempre apresentou o desafio de ser Deus Absconditus (no hebraico, "um Deus que se vende", Is 45.15).1 Implica no fato de que não é porque abrimos a Bíblia para ler ou curvamos a cabeça para orar que O encontramos. "Busquei ao Senhor e ele me respondeu" (Sl 34.4, NIV). O salmista encontrou-O porque O buscou.
·         Nosso Deus está, enigmaticamente, perto de todos os Seus filhos, mas nem por isso O enxergamos cada vez que erguemos nossos olhos ou nos sentamos num banco de uma igreja.
·         Sl 42.1; Sl 63.1; Sl 27.8; Sl 84.2
·         Deus galardoa aos que O buscam com diligência, mas raramente vem ao encontro daqueles que não se importam se a comunhão que gozam é com seu próprio íntimo ou com a Fonte de todas as coisas (cf. Hb 3.19).
·         Quando esquecemos do "sabor" de encontros anteriores e nos falta o apetite intenso, como o de uma criancinha (1 Pe 2.2, 3), a adoração que prestamos não passa de religiosidade exterior, a de fachada habitual, em vez daquela de coração.
·         E se não desejamos realmente contato com Deus quando cultuamos, que fazer? Percebemos que o sentimento de insatisfação provocado pela separação de Deus é o mesmo que nos empurra em direção à verdadeira adoração; é sinal evidente da Sua graça O apetite manifesta o excelente estado da saúde física; assim também a profunda solidão da alma se faz sentir diante da necessidade de comunhão. Se falta tal desejo, certamente advém um mal-estar espiritual, que aniquila a fome pelo Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

2.    O Passo da Auto-Avaliação que Conduz ao Arrependimento

·         Via de regra, podemos pressupor que a consciência cristã acusa o que anda no caminha largo, mantendo solidariedade com a maioria mundana. Mas há inúmeras exceções.
·         Davi, depois de adulterar, tentou apagar a evidência do seu crime. Não sentiu o profundo repúdio do Senhor marcando o seu Intimo. Mas quando Natã o repreendeu, ficou indefeso (2 Sm 12.7-10).
·         Adoração sem arrependimento não agrada ao Senhor. Ele se agrada, porém, do culto que lhe é prestado por um espírito quebrantado e um coração contrito, Ofertas e holocaustos sem um auto-exame não trazem proveito. (Sl 51.16, 17).
·         O culto oferecido sem a devida purificação é declarado "detestável", e cria aborrecimento. Em lugar de ser digna do culto, essa adoração leva o Senhor Deus a fechar os olhos e os ouvidos. Mas, se os pecadores se purificarem, deixando de praticar o mal, serão aceitos (Is 1.13-16).
·         Também o quadro apresentado no Novo Testamento não difere daquele já visto no Antigo. A oração que Jesus ensinou aos discípulos instrui-nos a pedir perdão a Deus pelas dívidas contraídas por pecados que continuamente cometemos (Mt 6.12). A morte instantânea de Ananias e Safira, no meio da igreja de Jerusalém, revela a seriedade com que Deus encara o pecado escondido nos corações de adoradores hipócritas (At 5.1-11).
·         Arrependimento bíblico sempre foi mais do que apenas sentir pesar por termos escorregado moralmente. Trata-se de uma mudança de atitude. Metanoia, "transformação de mente", é o vocábulo que o N. T. emprega.
·         Homologeō" ("confesso") quer dizer "concordar e declarar publicamente"; isto é, Deus está certo e eu errado. Quando concordamos com o ponto de vista divino, Ele "é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (I Jo. 1.9).
·         Uma das explicações mais coerentes para a frieza e aridez em muitos cultos está em que existe pecado nos corações dos membros da igreja Conscientemente ou não, optamos pelo comodismo da iniquidade não confessada, em vez da alegria no Senhor. Acã (e sua família?) não teve a coragem de admitir que ele havia conturbado Israel e provocado a derrota (Js 7.25). As consequências foram desastrosas.
·         O estudo sério das Escrituras, a reflexão profunda sobre as mensagens bíblicas e livros de cunho espiritual desafiar-nos-ão a viver segundo o Espírito. Abrirão caminhos para darmos este importante passo preparatório à adoração.

3.    O Passo da Meditação

·         Irmã gêmea da contemplação que desenvolve a visão interior, a meditação encoraja o coração a se preparar para gozar da comunhão por meio dos olhos deste e pelos ouvidos do intimo.
·         Para meditar precisamos de tempo e espaço onde possamos nos aquietar para conhecer a Deus (Sl 46.10). O psiquiatra C. C. Jung declarou: "A pressa não é do Diabo, ela é o próprio Diabo".
·         Jesus aguçou a imaginação quando usou figuras e parábolas, para ultrapassar os limites da razão humana. Os discípulos deveriam comparar as flores do campo com o esplendor do rei Salomão e, assim, entender o que Deus pensa das pessoas que, aparentemente, não têm importância (Mt 6.28-30). O Mestre pintou este quadro para estimular a mente criativa e, por meio dela, ultrapassar os limites do pensamento corriqueiro.
·         Se quisermos encontrar o Deus da Bíblia, temos que concentrar nossa imaginação na Sua revelação em encontros com homens e mulheres como nós.
·         Preparamos devidamente nosso coração para cultuá-lO, a partir do momento que fixamos nossa meditação em Seus atos graciosos e encontros transformadores. Ao relembrá-los enquanto buscamos a Sua face, alcançamos plena esperança de um reencontro que suscitará louvor (veja Salmos 105 e 106).
·         "Há um perigo e uma tentação", disse George Fox, "de arrastar suas mentes para seus negócios e as entupir com eles, de maneira a quase não ter possibilidade de fazer coisa alguma para o serviço de Deus... e então se o Senhor Deus lhes cruzar e lhes fizer parar no mar ou na terra, e tirar deles seus bens e lucro, para aliviar suas mentes, então a mente atarefada sentir-se-á frustrada, estando fora do poder de Deus. "12 Na atitude contrária haverá o benefício de uma meditação disciplinada e bíblica para o adorador que busca comunhão real com Deus.

4.    O Passo da Expectativa

·         Um quarto passo que conduzirá na direção de uma adoração verdadeira é tomado quando cultuamos em espírito de esperança. Uma expectativa alegre deveria empolgar por antecipação os cristãos que se deslocam para a igreja ou se ajoelham para gozar da comunhão com Deus.
·         Pedro afirma exatamente isto ao descrever o júbilo que, na sua totalidade, teremos somente após a ressurreição, no escaton, após o fim deste século. Porém, ele nos é oferecido no presente pelo amor, sendo recebido pela fé. "A quem não havendo visto amais, no qual não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia (irradiada) de glória" (1 Pe 1.8). Prever esta alegria indizível, como a criança prevê uma descida para a praia, prepara melhor o coração para os encontros periódicos com Deus e em reunião com sua família Horas de culto criarão esta expectativa, se forem alegres e atraentes.
·         Se adorar em essência quer dizer "alegrar-se no Senhor", o gozo, o bom tempo, no melhor sentido, terão destaque. Uma característica destacada de toda igreja que cresce é descoberta em seus cultos que produzem mais alegria do que tristeza ou enfado. Não procuramos diversão, mas uma satisfação em íntima comunhão com o Pai.
·         O fato de que muitas igrejas apresentam um culto enfadonho, até repulsivo, faz com que os jovens, ao chegarem à idade quando os pais não podem obrigá-los à frequência aos cultos, deixem de frequentá-los. Mas a igreja que celebra cultos alegres encontra facilidade em manter os jovens engajados. Forma um estado de expectativa constante no coração do adorador que se preocupa mais com a realidade do que com as aparências valorizadas pela tradição eclesiástica desatualizada e descontextualizada.
·         O espírito do adorador que espera no Senhor sabe que existem experiências melhores do que as que já experimentou. Alimenta a expectativa de aproximar-se ainda mais de Deus à medida que os dias passam. Esta esperança não lhe permite descansar na corrida para uma comunhão mais íntima, nem encoraja o relaxamento espiritual.
·         A adoração deve ser repleta de sentimentos de gratidão e louvor. "Bendito seja Deus que nos tem abençoado com toda sorte de bênção nos lugares celestiais" (Ef 1.3). Bendizemos, de fato, na medida que apreciamos a quem nos galardoou graciosamente com todas as Suas bênçãos. Se perdermos a visão da grandeza dos benefícios que a nós Ele outorgou, lentamente se esgotará no culto o sentimento de celebração.

Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993, págs 52- 66.