Missão
Existimos para o louvor e adoração do Senhor, abençoando e edificando os membros e visitantes da Igreja Batista Canaã para seu crescimento espiritual, através da ferramenta poderosa que são as artes.

Visão
Ampliar a artes na Igreja; incentivar o crescimento técnico e espiritual de nossos integrantes, baseados no serviço cristão; e comunicar o evangelho de Cristo através das artes e de vidas comprometidas.

Valores
Somos criados para louvar ao Senhor e devemos fazê-lo com todo o nosso ser, usando da criatividade e dos dons e talentos que o nosso Deus nos concedeu.
A palavra de Deus nos dá respaldo para usarmos todo tipo de linguagem artística para o louvor do seu nome (artes visuais, música, teatro e dança), de forma que edifique a comunidade cristã local e comunique a mensagem salvadora de Cristo.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

EBD: Lição 8 - EXEMPLOS DE ADORAÇÃO


Capítulo 8 :    EXEMPLOS DE ADORAÇÃO


INTRODUÇÃO
·         As Sagradas Letras são o nosso manual de adoração. Nelas descobrimos a revelação única de Deus - o princípio e o fim de tudo o que existe. Nelas deparamos com o essencial na adoração e com a distinção básica entre a forma e a realidade.
·         Neste capítulo, desejamos contemplar exemplos bíblicos de adoração. Limitados pelo espaço e pelo tempo, escolhemos apenas seis. Há dezenas de exemplos, e esperamos que você se anime a descobri-los e possa neles meditar.

A.    SALMO 96: MODELO DE ADORAÇÃO
1. O Convite (vv.1-6)
·         O salmista nos conclama a cantarmos um cântico novo. Por que cantar?
·         O cântico deve ser novo, pois a adoração pode perder seu brilho se a ferrugem das ações de graça rotineiras não forem constantemente renovadas sob a orientação do Espírito.
·         Quem deve juntar-se ao coro de louvor? A extraordinária exaltação de Jesus garante que um dia todos dobrarão os joelhos e confessarão o senhorio de Jesus, para a glória completa de Deus Pai (Fp 2.9-11).
·         Vemos um tema duplo neste cântico de adoração. Primeiro, a majestade soberana de Deus (v.4); segundo, o salmo enfatizando seus atos salvíficos e maravilhas (vv.2, 3). O Criador não está afastado da criação, mergulhada no desespero de sua iniquidade. Ele manifesta entre todos os povos as suas maravilhas.
·         O salmista salienta, ainda, a grandeza de Deus (w.4-6). Pleno de poder, o Senhor que adoramos não pode ser comparado com os deuses "que nada são" (vv.4, 5). Sua grandeza inspira temor. Quem teria coragem de aproximar-se de um Ser de tamanha importância?!

2. Como Adorar (vv.7-13)
·         A expressão "tributai ao Senhor glória e força" chama a nossa atenção para o elemento central na oferta a Deus. "Glória", no hebraico, traduz a palavra kabod, "peso, valores reconhecíveis", tais como: ouro, gado, posses. "Força" (heb. 'oz) aponta para segurança, ousadia, majestade, aquilo que prevalece.
·         Deus compartilha conosco Sua glória e força Suas posses ("ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém" Sl 24.1), mas também deseja nossa gratidão que deve ser expressa pela prestação de glória e força, através dos nossos lábios e mãos (Hb 13.15, 16).
·         Trazei oferendas", ordena o escritor sagrado, não porque Deus sente falta de nossas ofertas, mas porque elas comprovam nosso amor. "É possível dar sem amar", disse R. Braunstein, "mas ó impossível amar sem dar".
·         O manual divino convida-nos a adorarmos (heb. shâchâ, "prostrar-se, rogar humildemente, tomar posição de escravo") na beleza da sua santidade (v.9). Porém, não há nenhum atributo tão assustador para o pecador como a santidade de Deus. Todo adorador humano é pecador. Como obterá ele uma visão da natureza essencial de Deus, que possa classificar como bela? Unicamente se o adorador tiver certeza de que seus pecados foram perdoados (Sl 51.7; 103.12; 1 Co 1.30; 2 Co 5.21).
·         Em quarto lugar, a adoração desafia-nos a praticarmos o que aceitamos pela fé. Com a boca declaramos que o Senhor reina (v.10). As nações, em geral, têm uma vaga noção da declaração cristã: "Deus é o Rei supremo". Mas ainda falta nos apropriarmos inteiramente daquilo que temos declarado.
·         Quando realmente se adora, espera-se que o adorador veja a fidelidade divina marcando todas as facetas da criação. Mas a visão precisa ser elevada da periferia para um futuro escatológico. O dia do Senhor virá quando o Juiz de toda a terra "julgará o mundo com justiça" (v.13).

B.    ENOQUE (Gn 5.22-24; Hb 11.5, 6)
·         Este homem, quase totalmente desconhecido, exemplifica um fator básico na adoração. "Enoque andou com Deus. " Esta descrição repetida (Gn 5.22,24) salienta a comunhão que esse herói gozou com seu Amigo divino.
·         "Andar", na cultura e língua hebraicas, significa uma conduta fundamentada em temor e amor de Deus. Andar nos "caminhos" do Senhor expressa a obediência (Sl 18.30; 86.11).
·         Andar com Deus enfatiza a comunhão; assim se deu com a vida de Enoque, que recebia a revelação e orava Ele falava com um Ser real, muito especial, não com um fruto de sua imaginação. Assim, Hebreus o aponta como exemplo de fé no Deus que se faz presente (11.5,6).
·         Aprendemos também em Hebreus que Enoque agradou a Deus (v.5); mantendo comunhão através do seu "andar" e, portanto, dando prazer a Deus. Era uma comunhão agradável para ambas as partes, não a atitude de um indivíduo que tenta impressionar um político ou um ricaço, visando obter benefícios para si, mas alguém que encontra em Deus a sua verdadeira realização.
·         "Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (v.6). Esta declaração em Hebreus refere-se a Enoque. "Aproximou-se" seria um tema chave em Hebreus para representar a adoração ao Senhor. Enoque buscou comunhão diária, e assim orientou seus passos e valores.
·         Enoque foi trasladado da terra porque a comunhão aqui é somente parcial. "Vemos como em espelho, obscuramente" (1 Co 13.12). Consequentemente, os que andam com Deus nesta vida terão suas vistas voltadas para o horizonte escatológico. Como Paulo, reconheceremos que, independente da perfeição que a comunhão com Deus alcance nesta vida "estar com Deus é incomparavelmente melhor" (Fp 1.23).

C.     JACÓ LUTA COM O "HOMEM" DIVINO EM PENIEL (Gn 32.22-32)
·         Sem tentarmos oferecer respostas dogmáticas a perguntas que vez por outra nos assaltam, gostaríamos de considerar aqui o seguinte: o encontro com Deus, a recepção de uma bênção que não só queremos, mas de que precisamos, às vezes coloca-nos numa luta. Estranhamos o fato de que o próprio Deus, aparentemente, Se coloque como nosso inimigo.
·         Render-se significava também vencer, mas não antes de receber a bênção, bênção essa que nos lembra Jacó procurando em seu pai, Isaque, a garantia de um futuro feliz e próspero (Gn 27). Contudo, com Isaque, Jacó usou de subterfúgios, enganos e mentiras.
·         Nesta peleja o patriarca que "segurava o calcanhar", portanto, "suplantado, ou seja "o que tira vantagens sobre os outros pela astúcia", não tinha em que segurar, senão em Deus. Tudo o que ele poderia chamar "seu", estava longe dele, em certo sentido. Contudo, Deus tornou-se mais próximo, e ele segurava o Absoluto como quem agarra uma corda para não se afogar. Isto pode muito bem ser entendido como um ato de adoração. Viu a Deus face a face, e sobreviveu.
·         Assim deve ocorrer com o verdadeiro adorador. Nessa luta com Deus, a vontade egoísta precisa ser ferida como o foi a articulação da coxa de Jacó.

D.    MOISÉS ROGA A DEUS A SUA PRESENÇA (Ex 33.12-23)
·        O chefe da nação israelita, liberta da escravidão, gozava de uma extraordinária familiaridade com o Soberano. Passou quarenta dias em comunhão com Deus no cume do Sinai, enquanto o povo se desviava do caminho que Deus lhe ordenara (Ex 32.8). Moisés falava com o Senhor "boca a boca" (Nm 12.8).
·        O grande líder protestou diante da responsabilidade de fazer subir o povo, sem a devida colaboração: "Não me deste saber a quem hás de enviar comigo" (Ex 33.12).
·         Ele sabia que tinha achado graça aos olhos do Senhor, isto é, recebera aceitação plena, e que era visto por Deus como amigo: "Conheço-te pelo teu nome" (v.12). Porém, toda essa situação não garantia a permanência de Deus com ele. "Se tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar" (v.15).
·         Momentos especiais de comunhão não satisfazem a necessidade do homem que tem uma tarefa a cumprir, um caminho a trilhar. O líder de Israel ora da seguinte forma "Rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça" (v.13).

E. ISAÍAS (Is 6.1 -8)
1. Contemplação e Comunhão (vv.1-4)
·         Isaías vivia em Jerusalém (7.1-3; 37.2) e, provavelmente, ia ao templo com bastante frequência Contudo, neste dia do ano 740 aC.,7 Deus tirou a cortina que cobria os olhos físicos de Isaías, e este viu o Senhor "assentado sobre um alto e sublime trono" (v.1).
·         O que Deus proporcionou naquela visão foi uma experiência sensível da proximidade dEle. Comumente pensamos em um Deus ausente, distante de nos, embora preocupado com o governo do universo. Raramente nos conscientizamos de que Ele está pronto a conversar conosco. Devemos nos lembrar de que a comunhão com Deus é possível exatamente porque Ele não se afasta de nós.
·         Isaías viu o trono do Senhor exaltado, "alto e sublime". Isto confirma a verdade de que Deus é soberano. Sua majestade e grandeza inspiram reverência. O temor a Deus é essencial; é o princípio da adoração!
·         O primeiro pedido da oração dominical "santificado seja o teu nome", deve abrir a porta para o lugar santíssimo aos verdadeiros adoradores, preocupados com um encontro com o Deus único.
·         Isaías contemplou o Senhor, como seu testemunho indica (v.1). A comunhão por intermédio da contemplação preparou o profeta para ouvir a voz de Javé (v.8). Buscar a presença de Deus, sem vê-lO, resulta em cultos vazios, sem qualquer expressão. Entrar no templo, ouvir o prelúdio, elevar o coração em oração e meditar numa passagem que descreva a bondade do Criador pode conduzir o adorador à presença real de Deus, como aconteceu com Isaías.
·         Estas realidades somente penetrarão em nossa consciência se o Espírito as comunicar para corações imbuídos de fé e esperança Pela fé, vemos aquilo que é invisível (Hb 11.1), porém real.

2. Convicção, Confissão e Purificação (vv.5-7)
·         Uma vez que contemplamos o Santíssimo e dentro de nós há um sincero eco do jogral dos serafins, a nossa alienação torna-se chocante. No mais profundo do nosso ser sabemos que estamos condenados. "Ai de mim! Estou perdido!" (v.5).
·         Jó expressou seus sentimentos assim: "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (42.5, 6).
·         Pedro, horrorizado ao pensar no horripilante ato de negar três vezes o seu Senhor, "chorou amargamente". Isto aconteceu porque o Senhor o fitou, e ele então "lembrou-se da palavra do Senhor" (Lc 22, 61, 62).
·         Confessar significa concordar com o pensamento de Deus
·         A adoração do cristão não se apaga no oceano do pecado reconhecido e confessado, mas apoia-se firmemente na rocha da "fonte aberta... para remover o pecado e a impureza" (Zc 13.1).
·         Incomparavelmente melhor do que a cura do corpo é a restauração da comunhão pela purificação do pecado (cf. Mc 2.5).
·         Este é o estado consequente do pecador que confiadamente achega-se ao trono da graça, a fim de receber misericórdia e achar graça (Hb 4.16).

3. Comunhão (Is 6.8-9)
·         "Depois disto, ouvi a voz do Senhor" (v.8). O coração purificado assemelha-se a ouvidos desobstruídos. Ele se torna sensível à vontade de Deus (Rm 12.2).
·         Em qualquer culto, o peso da responsabilidade de levar adiante a missão da igreja surge da alegria provocada pela absolvição dos pecados. A afirmação honesta, "eis-me aqui, envia-me a mim" (v.8), é uma consequência da gratidão que leva o pecador, que teve seus pecados perdoados, a querer servir.
·         Se falta confissão e arrependimento sinceros (1 Jo 1.9), o Diabo amarra a nossa língua Mesmo havendo esforço, neste caso o poder convincente do Espírito não envolve a Palavra. Ela volta vazia.

F.     MARIA UNGE OS PÉS DE JESUS (Jo 12.1-8)
·         Seis dias antes da Páscoa, numa ceia oferecida ao Senhor, Maria veio com o propósito de ungir-lhe os pés com bálsamo de nardo puro (Jo 12.1-8). Não veio para fazer uma súplica (como o fez quando Lázaro adoeceu mortalmente), nem para receber congratulações em consequência do notável milagre da ressurreição do seu irmão, mas para oferecer um presente, o mais precioso que tinha para dar.
·         Maria não adorou ao Senhor de maneira popular. Em seu ato de adoração, ela rejeitou valores humanos supremos em favor de valores divinos superiores, como passaremos a considerar.
a)      Maria não calculou o preço (v.3)
·         Adoração sem sacrifício torna-se, facilmente, inócua. Este foi o pensamento que inspirou Davi: "Não oferecerei ao meu Deus holocaustos que não me custem nada" (2 Sm 24.24)
b) Foi um ato de culto fundamentado na confiança de que Jesus era o Messias
·         Em termos de compreensão, Maria ultrapassou os próprios discípulos que não conseguiram conceituar o propósito central da encarnação (cf. Mc 8.32).
·         Assim, a adoração jamais deve estar separada do sacrifício supremo do Servo, no Calvário (Mc 10.45).
·         Em adoração, devemos dar ao Senhor a glória merecida, respondendo àquilo que ele nos revelou e proporcionou em Jesus Cristo, seu Filho.
·         Maria derramou o bálsamo todo. Não ofereceu uma parte para ficar com o resto, como Ananias e Safira fizeram com parte do dinheiro da propriedade vendida (At 5.2). Não se pode servir a dois senhores; Deus requer tudo ou nada (Mt 6.24; Rm 6.34; Gl 2.20). O ato de Maria, realizado há tantos séculos atrás, é um exemplo de rendição de vida ao Senhor, que com preço incalculável nos comprou.
·         Não deve passar despercebido o modo com que Jesus recebeu o ato de culto prestado por Maria A honra concedida agradou-Lhe profundamente.
·         Para muitos, que julgam como os discípulos, a moral desta história não se prende à falta de preocupação com os pobres, mas à perda inútil do precioso unguento. O bom senso nos induz a odiar qualquer desperdício: luzes acesas sem necessidade, pratos devolvidos com sobra de comida, preços altos numa loja mais do que em outra, enfim, qualquer gasto desnecessário cria revolta.
  
Extraído  do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993.