Missão
Existimos para o louvor e adoração do Senhor, abençoando e edificando os membros e visitantes da Igreja Batista Canaã para seu crescimento espiritual, através da ferramenta poderosa que são as artes.

Visão
Ampliar a artes na Igreja; incentivar o crescimento técnico e espiritual de nossos integrantes, baseados no serviço cristão; e comunicar o evangelho de Cristo através das artes e de vidas comprometidas.

Valores
Somos criados para louvar ao Senhor e devemos fazê-lo com todo o nosso ser, usando da criatividade e dos dons e talentos que o nosso Deus nos concedeu.
A palavra de Deus nos dá respaldo para usarmos todo tipo de linguagem artística para o louvor do seu nome (artes visuais, música, teatro e dança), de forma que edifique a comunidade cristã local e comunique a mensagem salvadora de Cristo.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

6º Encontro Musical

6º Encontro Musical
Data: 14/09/2013 às 14h00
Local: Igreja Batista Canaã (Rua Mirasselva, 40 Jd. Eliane)
Inscrições: R$ 15,00 (milad@ibcanaa.com.br)

Aguardamos você e a equipe de sua igreja!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

EBD - Lição 10: A ADORAÇÃO NA IGREJA CONTRASTADA COM A DO ANTIGO TESTAMENTO

Capítulo 10 : A ADORAÇÃO NA IGREJA CONTRASTADA COM A DO ANTIGO TESTAMENTO

·         O cristianismo é bipolar pela sua própria natureza. Esses dois pólos são o conteúdo da fé, fundamentado na sua mensagem revelada, e a adoração prática, através da qual o cristão e Deus mantêm comunhão.
·         De um modo geral, os cristãos não estão conscientes de que sua adoração reflete a teologia prática da comunidade onde estão inseridos.
·         A adoração centralizada no homem tende a negar a realidade do coração que confessamos. De um lado, a lei ameaça deslocar a graça como o motivo fundamental para se adorar a Deus.
·         Em resumo, a liturgia é teologia representada, a resposta humana a Deus e ao seu favor. As formas persistem enquanto o conteúdo evapora ou muda o seu centro de Deus para o homem.
·         Os evangélicos têm a tendência de separar a centralidade do senhorio de Cristo, biblicamente fundamentada, do viver cotidiano, de modo que a adoração se torna, com efeito, compartimentada em cápsulas de uma hora de duração, não sendo levado em consideração quão importante pode ser o ato de se "invocar o nome do Senhor juntos".

1 - A Maneira de Adorar e a Liberdade
·         I Coríntios 14.26-40
·         Desde o princípio, a adoração tem sido vítima de dois perigos: 1) um formalismo que desafia os moldes externos da liturgia, enquanto mortifica qualquer relacionamento vital com Deus; 2) uma espontaneidade que, por causa de desordem e confusão, deixa de estimular qualquer encontro sério com o Deus que procura verdadeiros adoradores.
·         Amando a liberdade, a igreja perdeu de vista a santificação e a comunidade.
·         Nem a forma correta nem a liberdade de expressão devem ter significado máximo na adoração. Amor sincero e um relacionamento pessoal obediente a Deus devem ser o mais importante.
·         A. P. Gibbs define a adoração como "a ocupação do coração, não com as suas necessidades, ou mesmo com as suas bênçãos, mas com o próprio Deus".
·         Marcos 7.6-9
·         Embora a diferença na forma de adoração no Novo Testamento seja mais marcada pelo modo cristão de encarar o tempo, o templo, o sacrifício e o sacerdócio, não há rompimento com o ideal vétero-testamentário quanto à verdadeira adoração.
·         O homem não está livre para adorar conforme sua própria vontade, mas apenas em "verdade", isto é, de acordo com os mandamentos de Deus. As suas expressões externas de adoração nasciam naturalmente do seu relacionamento genuíno com Deus.

2 - A Adoração e o Tempo
·         “Tempos designados" (Números 29.39) eram considerados centrais na expressão da adoração a Deus em Israel, porque eventos passados, nos quais Deus agira, nunca deveriam ser esquecidos.
·         O sábado, dia semanal de descanso e adoração é um exemplo fundamental do tempo consagrado a Deus. Ele foi fundamentado no descanso de Deus após a criação (Gênesis 1.1 2.3). O quarto mandamento impõe rigidamente a sua observância.
·         Em resumo, esta festa semanal foi instituída para lembrar ao homem a sua responsabilidade de adorar a Deus em "tempos e lugares determinados", bem como para proporcionar ao corpo físico o descanso necessário.
·         Para os cristãos, no relacionamento da Nova Aliança com Deus, o tempo é fundamental, por causa da salvação que Deus proporcionou na história. Por esta razão, é muito mais surpreendente o fato de que a adoração pelo Espírito, sob o amparo da nova era, rompe, decisivamente com o conceito dos "tempos designados" para a adoração prescrita sob a velha era.
·         Jesus repetidamente expressou a sua oposição à mentira legalista judaica, daqueles dias, de guardar o sábado (Marcos 2.23-28)
·         Por meio dessa afirmação, o Senhor apontou para a realidade da Nova Aliança, na qual Deus sempre permaneceria com o Seu povo. As leis do Antigo Testamento que regem a observância do sábado atingem o seu cumprimento no descanso sabático cristão (Hebreus 4.1-11)
·         O inspirado autor de Hebreus insta com os seus leitores para que aproveitem ao máximo o descanso de Deus. Não mais um dia semanal, literalmente falando; o descanso foi mudado para a herança da salvação que cristãos, fiéis a Cristo, compartilham e esperam.
·         Não há dúvida que a igreja judaica continuou a observar os sábados e a celebrar as festividades judaicas, mas a motivação não era mais por causa de uma obrigação divina As antigas práticas eram consideradas meramente um fenômeno cultural.
·         Se as igrejas primitivas fossem considerar "dias, meses, estações e anos" como elementos essenciais à adoração a Deus, elas recairiam na escravidão dos rudimentos fracos e pobres ou nos "espíritos" (stoicheia) que as haviam acorrentado anteriormente (Gálatas 4.8-11).
·         Em Atos podemos concluir que os membros da congregação de Jerusalém se reuniam diariamente (2.46; 5.42). Mas supomos que ninguém tinha a obrigação divina de frequentar todas as reuniões. Antes, a motivação suficiente para a frequência regular a alguma reunião de adoração, fosse no templo ou em casas particulares, surgia do impulso interno da nova alegria de se adorar ao Senhor.
·         Em meados do segundo século, Justino, o Mártir, tinha identificado o viver cristão com o sábado perpétuo que consiste de abster-se do pecado, não do trabalho. Irineu encarava o sábado como um símbolo do futuro reino de Deus, no qual aqueles que serviram a Deus "num estado de descanso, participariam da mesa de Deus". Tertuliano declarou: "Nós não temos nada a ver com as festividades judaicas". Orígenes disse do cristão perfeito: 'Todos os seus dias são do Senhor e ele está sempre observando o dia do Senhor", embora reconhecesse que a maioria era incapaz de guardar cada dia como uma festa.
·         Exatamente pelo fato de o domingo tornar-se o símbolo do novo começo, uma celebração Pascal semanal, era natural que a igreja primitiva adotasse aquele dia para a adoração pública. A reunião da comunidade no dia do Senhor dava testemunho eloquente da realidade da nova era. Tais reuniões eram consideradas uma antecipação da glória infinita a ser gozada no céu.
·         Mas tudo o que foi dito nas linhas anteriores de maneira nenhuma contradiz a verdade de que "os seres humanos precisam interromper o seu envolvimento em ocupações físicas e materiais e dedicar significativos períodos de tempo ao Senhor, num ciclo regular e constante.49 Isto ê verdade, porém a perspectiva do N. T. é de que o mundo físico e material deve ser abordado de um ponto de vista espiritual.

3 - O Templo
·         Na adoração do antigo Israel, o espaço sagrado era comparável, em importância, aos tempos divinamente designados.
·         Especialmente após o êxodo e a instituição da lei, o levantamento do tabernáculo significava localizar a glória de Deus no Lugar Santo.
·         Levítico 16.1-6
·         Nos recessos inacessíveis do Santo dos Santos, aquele aposento santo, respeitável primeiramente no tabernáculo e depois no templo onde Deus "residia", ficavam o propiciatório e a arca que continha as tábuas da Sua lei. Ali, o sangue da expiação pelos pecados da nação era aspergido, no mais solene rito anual de adoração. "A adoração é o protocolo pelo qual se pode entrar na presença divina".
·         O Santo dos Santos (debîr, lít. "a palavra") representa Monte Sinai, onde Deus se encontrou com Moisés, dando-lhe sua Palavra e mostrando-lhe sua glória. Assim, o tabernáculo e, posteriormente, o templo se tornaram extensões históricas daquele encontro, o modelo de adoração para o povo eleito. O templo era o único local de sacrifícios, consagrações e entrega de dízimos agradáveis a Deus.
·         Jesus declarou que um templo "não feito por mãos" estava destinado a tomar o lugar da temível grandiosidade da arquitetura herodiana. O término do templo ocorreria na associação da Sua morte (através do véu rasgado) com a invasão romana. A ressurreição do corpo de Jesus, então, criaria um templo de uma ordem distinta para o substituir (João 2.19-22)
·         Claramente devemos entender que a vida ressurreta de Jesus e a vinda do Espírito anularia as distinções geográficas "santas". A glória shekinah, antigamente localizada no templo, então habitaria exclusivamente no Filho, e seria compartilhada com todos os que nEle habitam (João 17.22-24).
·         A ligação entre o templo escatológico e o corpo ressurreto de Jesus é completada, então, na formação do templo, composta de cristãos reunidos. As igrejas locais podem ser consideradas "aposentos" na casa mundial de Deus.
·         Na reunião de adoração, a realidade do "templo" deve ser manifesta como a habitação de Deus, embora ele seja composto de "pedras vivas", em vez de madeira, pedra e argamassa.
·         A comunidade escatológica está sendo transformada num templo santo (nãos, "santuário") no Senhor, uma construção única, crescendo dinamicamente, na qual Deus habita pelo Espírito (Efésios 2.21-22), porque os membros precisam se reunir para se edificarem uns aos outros.
·         Para cada cristão, ele designa a responsabilidade de manter a santidade de todo o Corpo-templo. (I Coríntios 6.17-20)

4 - O Sacrifício na Igreja
·         Considerando que o homem é pecador, ele precisa de um sacrifício propiciatório para remover qualquer ofensa que o separe de Deus, de modo que possa ter comunhão com seu Criador.
1)      A oferta queimada, significando literalmente "aquilo que ascende" (Levítico 6.8-13). Ela produzia um "sabor de satisfação" de modo que do altar, no tribunal da casa de Deus, um fogo perpétuo e o sacrifício pudessem, duas vezes por dia "simbolizar a resposta do homem à promessa”.
2)      A oferta de manjares (Levítico 6.14-18) era literalmente chamada uma "dádiva". A "porção memorial", queimada com incenso ao Senhor, tinha como objetivo trazer a Aliança à lembrança de Deus.
3)      A oferta pacífica (Levítico 7.11-14). Seguindo um ritual preparatório idêntico àquele de quem apresentou a oferta queimada, o ofertante comia o sacrifício com alegria diante do Senhor. Ela expressava a plenitude e o bem-estar denotados pela shalom de Deus, compartilhada com sacerdotes e colegas.
4)      As ofertas pelo pecado e pela culpa (Levítico 6.24-7.10). Distintas das três festas anteriores que eram voluntárias, estas eram exigidas quando um pecador quebrava a lei de Deus e tinha o seu relacionamento interrompido com o Criador. Uma vez por ano o sangue expiatório tinha de ser levado para dentro do véu. Os objetivos desse sacrifício eram a restauração da comunhão e o acesso à presença de Deus por meio dos sacerdotes.
·         O foco sacrificial do Novo Testamento cai essencialmente sobre Jesus, como Sumo Sacerdote de Deus (Hebreus 4.14-16) e, também, como o Cordeiro que tira o pecado do mundo (João 1.29); qualquer outro sacrifício desaparece pela sua insignificância.
·         O seu sacrifício foi racional, voluntário e amoroso, contrastando com os sacrifícios de animais. Por esse ato, o julgamento eterno foi afastado; a redenção, garantida; e a herança eterna, prometida um laço eterno estabelecido entre Deus e o homem, a eterna aliança.
·         Jesus convidou a todos os que desejassem tornar-se seus discípulos a se auto-negarem, tomarem sua cruz e segui-lo (Marcos 8.34-38).
·         Para Paulo, isto significava que o imitatio Christi significava que ele deveria levar "sempre no corpo o morrer de Jesus", de modo que a vida de Jesus pudesse tornar-se manifesta na sua carne mortal (2 Coríntios 4.6-10).
·         Para Paulo, o batismo significa, no nível mais profundo do coração, uma necessidade de o candidato se considerar "morto para o pecado, mas vivo para Deus, em Cristo Jesus" (Romanos 6.6-12).
·         Outros exemplos do novo significado do sacrifício podem ser vistos no "dever sacerdotal de Paulo no sentido de proclamar o evangelho” (Romanos 15.15-16)
·         Em Hebreus, também, a adoração oferecida em louvor e gratidão expressas durante as reuniões da igreja, pertencem à categoria de sacrifício. (Hebreus 13.15-16)

5 - O Sacerdócio dos Crentes
·         Os sacerdotes eram pontes vivas entre o Deus santo e o homem pecador. O significado do termo "sacerdote" (kohen, em heb. ) é "aquele que fala a verdade", e mostra a ligação íntima que a sua função tinha com a profecia.
·         Somente o sumo sacerdote era ungido como O Ungido, embora seus filhos também recebessem aspersão com óleo. O resultado foi o surgimento de uma pirâmide ou uma hierarquia composta de sumo sacerdote no topo; depois sacerdotes; e, finalmente, levitas, separados do resto da nação.
·         Em vez de uma herança geográfica, estes homens consagrados tinham o direito de "herdar" o Senhor. Tanto o seu trabalho como o seu sustento tinham de vir unicamente de sua adoração contínua a Deus. (Números 3.10-13)
·         Agora que a nova era fora inaugurada, o autor de Hebreus prova que Jesus Cristo reúne todo o sacerdócio israelita no seu papel único de representante de Deus diante do homem e do homem diante de Deus. (Hebreus 5.1-10)
·         Claramente, então, o privilégio de o sacerdócio ser estendido a todos os crentes tem como fonte e modelo Aquele que os une a Si no próprio sacerdócio da Nova Aliança. "... tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vêm de um só" (Hebreus 2.11).
·         Pelo fato de os cristãos fazerem parte da "igreja dos primogênitos arrolados nos céus", eles estão convidados a entrar no Lugar Santo (Hebreus 12.22-23; 10.19-22).
·         No papel de sacerdote real de Deus, a igreja tem a feliz responsabilidade de desafiar toda a raça humana a reconhecer as virtudes do salvador do mundo. Portanto, tudo o que a Igreja faz para cumprir a sua missão pode corretamente ser considerado adoração.
·         À luz da compaixão sacerdotal infinita de Jesus, está claro que qualquer adoração que isola a Igreja das necessidades espirituais ou materiais do mundo não é bíblica. Tal isolamento nega a sua chamada sacerdotal. Através de atos práticos de amor, a igreja cumpre o seu desafio divino para dar testemunho do caráter do seu próprio Sumo Sacerdote (Atos 1.8).
·         Semelhantemente, a Ceia do Senhor como a expressão suprema da adoração neo-testamentária, expõe dramaticamente a união entre comunidade como um sacerdócio e a dádiva incomparável da vítima sacerdotal de Deus, carregando Ele mesmo em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados (1 Pedro 2.21-25).
·         Devemos viver todo tempo em serviço alegre. Cada ato obediente pertence, inseparavelmente, ao campo da adoração (Colossences 3.17).



Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

EBD: 9 - Obstáculos à Adoração


Capítulo 9 :    OBSTÁCULOS À ADORAÇÃO

·         Não é raro, em cultos realizados na igreja haver o sentimento de que faltou o mais importante. Trata-se do essencial na adoração, que é o encontro com Deus, Se a presença dEle não se toma real para os adoradores.
·         Se a frieza caracteriza os momentos que devem promover vitalidade espiritual, recomenda-se uma pesquisa sobre os possíveis impedimentos, e sobre como livrar-se deles. Seguem algumas sugestões.

1 - A Atitude Incoerente com a Adoração em Espírito e em Verdade
·         A adoração de Caim foi rejeitada pelo Senhor. (Gn 4.1-16)
·         Caim não estava em condições de cultuar, porque odiava seu irmão (1 Jo 3.11-15).
·         É necessário retirar do íntimo todo e qualquer espírito faccioso (eris, "dissenção" e echthra, "inimizade", em Gl 5.10, texto grego),1 se pretendemos nos aproximar de Deus.
·         O contexto da bem conhecida afirmação de Jesus, "onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt 18.20), frisa a necessidade de que todo aquele que cultua perdoe seu irmão, para que possa esperar o cumprimento desta promessa (Mt 18.21-35).
·         Assim tentou fazer o servo que foi perdoado de uma dívida absurda de dez mil talentos (trezentos mil quilos de prata), mas não perdoou seu conservo que lhe devia cem denários apenas, uma soma irrisória se comparada a sua própria dívida. (Mt 18.15-35)
·         Tão sério é este impedimento no culto cristão, que Jesus ordenou que quem chegar à reunião da igreja com uma oferta para os necessitados, num ato de adoração característico da igreja primitiva, e lembrar-se de que um irmão na fé tem alguma coisa contra ele, será obrigado a deixar de ofertar para primeiramente reconciliar-se com o irmão ofendido (Mt 5.23,24).

2 - As Exterioridades e o Tradicionalismo
·         Os quacres, em 1650, reuniam-se sentados em círculo, esperando que o Espírito movesse alguém e o inspirasse a proferir uma palavra da parte de Deus. Tinham um desejo legítimo, que tornou-se uma prática tradicional pouco eficaz aos adoradores.
·         O livro de oração que rege os cultos episcopais (anglicanos) teve sua origem no desejo de se apresentar um culto ordeiro, sem imprevistos, uma liturgia completa de palavras escolhidas, sem lacunas.
·         Contudo, o apego aos modos tradicionais acarreta o perigo constante das exterioridades, da hipocrisia e da desonestidade. Deus se compraz "na verdade, no íntimo e no recôndito". O adorador precisa conhecer a sabedoria (Sl 51.6).
·         A experiência e a reação de Jesus, durante os dias da Sua jornada na terra diante dos rituais judeus, deve nos fazer parar e refletir. A tradição dos anciãos induziu os religiosos contemporâneos de Cristo a não comerem sem lavar cuidadosamente as mãos, juntamente com outras aspersões e lavagens destinadas a retirar a contaminação religiosa Deus ordenou que Seu povo evitasse a contaminação (Lv 11.47). Jesus avaliou o ritual meticuloso como hipocrisia, um exemplo de vã adoração.
·         As exterioridades corroem qualquer prática bem intencionada ou inocente, seja a de bater palmas, ajoelhar-se, ficar em pé, levantar os braços ou sentar-se num banco da igreja.
·         Porém, de Deus não se zomba (Gl 6.7). É impossível enganar Aquele que nos conhece totalmente. Se houver qualquer hiato entre o nosso falar e o nosso modo de agir, Deus o saberá antes Mesmo de começarmos a adorá-lo.
·         Se queremos "pisar os átrios de Deus", o mais importante é a nossa humilhação na presença da santidade incomparável de Deus. (Mt 11.25-30)
·         Para que o adorador evite o obstáculo das exterioridades na adoração, ele deve se curvar em humildade sincera, e reconhecer a sua indignidade.

3 - O Obstáculo da Rotina
·         Surgem hábitos que passam a regular a nossa vida e nos fazem ignorar a necessidade de aprendermos e renovarmos constantemente as nossas atitudes, de forma que haja um desgaste muito menor de nossa energia cerebral.
·         Nas relações interpessoais os hábitos representam um perigo. As esposas queixam-se de maridos que não lhes dão atenção.
·         Com muita facilidade a rotina pode caracterizar os cultos. Aquilo que atraía e empolgava no início da vida cristã passa a ser um hábito irrefletido, um caminho percorrido automaticamente, de maneira que a sua utilidade se perde. Se o culto se torna monótono, uma repetição cansativa, colocará um obstáculo terrível à verdadeira adoração. (Is 1.11-20)
·         Ao examinarmos o livro dos Atos dos Apóstolos, nos primórdios da igreja, não encontramos cultos rotineiros, cansativos e pesados. (At 20.7-12)
·         A descrição da igreja de Sardes, no Apocalipse, destaca o problema da rotina, apenas quarenta anos após o Início dessa igreja. (Ap 3.1-6)
·         Para que a adoração mantenha a sua legitimidade, o adorador precisa estar disposto a pensar, a mudar os hábitos estéreis.
·         Quando a oração e o louvor não são a principal alegria, quando a reunião semanal dos membros da igreja em culto não proporciona empolgação, podemos detectar um sinal de que Deus não é bem conhecido. Preocupamo-nos conosco mesmos, com nossas necessidades e interesses, mas não com o Pai que aguarda ansiosamente a comunhão com o Seu filho tão amado.
·         "Adorar não é uma parte da vida, mas é a própria vida". (G. Vann)

4 - O Mundanismo
·         Mundanismo quer dizer tudo que compõe a vida independente de Deus. (1 Jo 2.15-17)
·         Torna-se claro que o mundo estimula o desejo de possuir, dominar e impressionar. Segundo M. Muggeridge, o único desastre absoluto é "sentir-se em casa" neste mundo.
·         O compromisso do discípulo com a pessoa de Jesus e Seus mandamentos afasta o perigo do mundanismo. (Jo 17.14-19)
·         Em vez de as vaidades humanas serem o ímã da vida, o homem renascido pelo Espírito deve colocar o Senhor como centro e circunferência de sua vida.
·         2 Tm 4.10-11
·         "Se você se encontra amando qualquer prazer mais do que as orações, qualquer livro mais do que a Bíblia, qualquer casa mais do que a de Deus, qualquer mesa mais do que a do Senhor, qualquer pessoa mais do que Cristo, qualquer indulgência mais do que a esperança do céu, então tome conhecimento do perigo que você está correndo!" (T. Guthrie)
·         Orgulhar-se da aparência, da voz com que se canta louvores, da mensagem ou da eloquência, através da qual se pretende transmitir a palavra viva de Deus, é um sentimento indigno de todo culto oferecido a Deus. (Mt 23.27-29)

5 - O Pecado Não Confessado
·         Pecado consciente, cultivado e defendido no recôndito do coração, não pode deixar de ser motivo intransponível para Deus nos negar o prazer de Sua companhia. A santidade do Senhor e o apego obstinado a alguma impureza, por parte de um filho, torna impossível a adoração real. (Sl 66.17-20)
·         Por um lado, cada falha precisa ser especificamente apontada e colocada no altar de Deus. Isaías reconheceu o foco do seu pecado nos lábios impuros. (Is 6.5; Hb 12.1-2)
·         Em verdade, sabemos que Cristo promete habitar nos seus discípulos (Jo 15.5), mas essa comunhão bendita depende da lavagem dos pés, a Sua remoção da imundícia acumulada nos intervalos entre os períodos de adoração.


6 - O Desinteresse e a Ingratidão
·         A época em que vivemos se notabiliza pelos grandes empreendimentos e mudanças rápidas. Entretenimento e diversão tornaram-se gêmeos bem-vindos aos lares não só dos não-cristãos, mas dos cristãos também. Mas, qual é o preço espiritual que se paga pelos duvidosos prazeres que os meios de comunicação oferecem?
·         Os cristãos pagam a conta com a moeda do desinteresse pelos valores eternos. Na balança da vida, colocamos num prato as preocupações, interesses, atrações, enfim, tudo o que preocupa o pensamento. No outro prato, colocamos os elementos básicos que compõem a adoração: louvor, comunhão com Deus, gratidão e busca do reino de Deus na oração. (Lc 12.13-21)
·         Não devemos concluir que seria aconselhável desligar-se das fontes de comunicação, mas, sim, conscientizar-se do horrível obstáculo que elas levantam contra a adoração real, a menos que o cristão concentre sua atenção nos valores eternos.
·         O segredo é procurar cortar o que desvia a atenção e esfria a alegria no Senhor. Tudo o que Deus quer para Seus filhos é bom, não podre. Deve, portanto, ser recebido com ações de graça e consagrado pela palavra de Deus e pela oração (1 Tm 4.4-5).
·         Paulo recomenda uma peneira para a mente cristã. (Fp 4.8).
·         Se escolhermos uma dieta saudável para a mente, não será difícil adorar ao Senhor de forma a agradá-lo.

7 - A Preguiça e a Negligência
·         O cansaço atinge os mais zelosos se não houver uma vigilância persistente contra este inimigo silencioso do bem-estar espiritual. (Is 40.30-31)
·         A desgraça de muitas igrejas é evidente. Há mais zelo entre comunistas ateus e mais fanatismo entre adeptos de seitas heréticas do que entre os membros do Corpo vivo de Cristo.
·         A negligência no culto que devemos oferecer não danifica a comunhão apenas para o indivíduo ocioso. Isto afeta negativamente a todos. Os novos aprendem dos mais velhos, que "não faz mal chegar tarde, abandonar o culto de oração, ou dar uma escapadela no fim de semana". (Hb 10.25)
·         O sono, frequentemente, apodera-se do adorador ou porque este deitou-se tarde ou porque mantém um ritmo de trabalho acelerado. O adorador descobre que não tem disciplina necessária para concentrar-se na oração, no significado da leitura do texto bíblico e nem na exposição da Palavra.
·         Antes da traição, Jesus convidou seus três discípulos mais íntimos a vigiarem em oração. Três vezes eles dormiram na hora da angústia do Mestre (Mc 14.32-41).
·         Aprende-se a negligência da mesma forma como se contagia com o zelo. Os membros preguiçosos contaminam a comunhão dos santos. (1 Ts 5.14-15)
·         A preguiça aumenta num ambiente onde o culto não é valorizado. Várias maneiras e expressões da adoração já sofreram notável desvalorização em face da secularização de nossa época.
·         João Calvino dizia que o coração humano é uma fábrica perene de ídolos.16 Certamente, ele não estava se referindo a imagens de Jesus, de Maria e dos santos, mas à imaginação que se curva diante dos falsos deuses, como o dinheiro, a beleza e o conforto. A negligência da adoração deve ser encarada como um sintoma da idolatria do coração.
·         Quase sempre, a diminuição da fome pela comunhão com Deus tem alguma explicação razoável. Aos poucos, alguma coisa vai ocupando o espaço que antes abrigava o Espírito. Paixão por alguém do sexo oposto, um "hobby", descoberta de "novas" verdades num livro filosófico; enfim, qualquer desperdício de energia mental ou espiritual que deixe a pessoa desmotivada para um culto vital.





Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

EBD: Lição 8 - EXEMPLOS DE ADORAÇÃO


Capítulo 8 :    EXEMPLOS DE ADORAÇÃO


INTRODUÇÃO
·         As Sagradas Letras são o nosso manual de adoração. Nelas descobrimos a revelação única de Deus - o princípio e o fim de tudo o que existe. Nelas deparamos com o essencial na adoração e com a distinção básica entre a forma e a realidade.
·         Neste capítulo, desejamos contemplar exemplos bíblicos de adoração. Limitados pelo espaço e pelo tempo, escolhemos apenas seis. Há dezenas de exemplos, e esperamos que você se anime a descobri-los e possa neles meditar.

A.    SALMO 96: MODELO DE ADORAÇÃO
1. O Convite (vv.1-6)
·         O salmista nos conclama a cantarmos um cântico novo. Por que cantar?
·         O cântico deve ser novo, pois a adoração pode perder seu brilho se a ferrugem das ações de graça rotineiras não forem constantemente renovadas sob a orientação do Espírito.
·         Quem deve juntar-se ao coro de louvor? A extraordinária exaltação de Jesus garante que um dia todos dobrarão os joelhos e confessarão o senhorio de Jesus, para a glória completa de Deus Pai (Fp 2.9-11).
·         Vemos um tema duplo neste cântico de adoração. Primeiro, a majestade soberana de Deus (v.4); segundo, o salmo enfatizando seus atos salvíficos e maravilhas (vv.2, 3). O Criador não está afastado da criação, mergulhada no desespero de sua iniquidade. Ele manifesta entre todos os povos as suas maravilhas.
·         O salmista salienta, ainda, a grandeza de Deus (w.4-6). Pleno de poder, o Senhor que adoramos não pode ser comparado com os deuses "que nada são" (vv.4, 5). Sua grandeza inspira temor. Quem teria coragem de aproximar-se de um Ser de tamanha importância?!

2. Como Adorar (vv.7-13)
·         A expressão "tributai ao Senhor glória e força" chama a nossa atenção para o elemento central na oferta a Deus. "Glória", no hebraico, traduz a palavra kabod, "peso, valores reconhecíveis", tais como: ouro, gado, posses. "Força" (heb. 'oz) aponta para segurança, ousadia, majestade, aquilo que prevalece.
·         Deus compartilha conosco Sua glória e força Suas posses ("ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém" Sl 24.1), mas também deseja nossa gratidão que deve ser expressa pela prestação de glória e força, através dos nossos lábios e mãos (Hb 13.15, 16).
·         Trazei oferendas", ordena o escritor sagrado, não porque Deus sente falta de nossas ofertas, mas porque elas comprovam nosso amor. "É possível dar sem amar", disse R. Braunstein, "mas ó impossível amar sem dar".
·         O manual divino convida-nos a adorarmos (heb. shâchâ, "prostrar-se, rogar humildemente, tomar posição de escravo") na beleza da sua santidade (v.9). Porém, não há nenhum atributo tão assustador para o pecador como a santidade de Deus. Todo adorador humano é pecador. Como obterá ele uma visão da natureza essencial de Deus, que possa classificar como bela? Unicamente se o adorador tiver certeza de que seus pecados foram perdoados (Sl 51.7; 103.12; 1 Co 1.30; 2 Co 5.21).
·         Em quarto lugar, a adoração desafia-nos a praticarmos o que aceitamos pela fé. Com a boca declaramos que o Senhor reina (v.10). As nações, em geral, têm uma vaga noção da declaração cristã: "Deus é o Rei supremo". Mas ainda falta nos apropriarmos inteiramente daquilo que temos declarado.
·         Quando realmente se adora, espera-se que o adorador veja a fidelidade divina marcando todas as facetas da criação. Mas a visão precisa ser elevada da periferia para um futuro escatológico. O dia do Senhor virá quando o Juiz de toda a terra "julgará o mundo com justiça" (v.13).

B.    ENOQUE (Gn 5.22-24; Hb 11.5, 6)
·         Este homem, quase totalmente desconhecido, exemplifica um fator básico na adoração. "Enoque andou com Deus. " Esta descrição repetida (Gn 5.22,24) salienta a comunhão que esse herói gozou com seu Amigo divino.
·         "Andar", na cultura e língua hebraicas, significa uma conduta fundamentada em temor e amor de Deus. Andar nos "caminhos" do Senhor expressa a obediência (Sl 18.30; 86.11).
·         Andar com Deus enfatiza a comunhão; assim se deu com a vida de Enoque, que recebia a revelação e orava Ele falava com um Ser real, muito especial, não com um fruto de sua imaginação. Assim, Hebreus o aponta como exemplo de fé no Deus que se faz presente (11.5,6).
·         Aprendemos também em Hebreus que Enoque agradou a Deus (v.5); mantendo comunhão através do seu "andar" e, portanto, dando prazer a Deus. Era uma comunhão agradável para ambas as partes, não a atitude de um indivíduo que tenta impressionar um político ou um ricaço, visando obter benefícios para si, mas alguém que encontra em Deus a sua verdadeira realização.
·         "Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (v.6). Esta declaração em Hebreus refere-se a Enoque. "Aproximou-se" seria um tema chave em Hebreus para representar a adoração ao Senhor. Enoque buscou comunhão diária, e assim orientou seus passos e valores.
·         Enoque foi trasladado da terra porque a comunhão aqui é somente parcial. "Vemos como em espelho, obscuramente" (1 Co 13.12). Consequentemente, os que andam com Deus nesta vida terão suas vistas voltadas para o horizonte escatológico. Como Paulo, reconheceremos que, independente da perfeição que a comunhão com Deus alcance nesta vida "estar com Deus é incomparavelmente melhor" (Fp 1.23).

C.     JACÓ LUTA COM O "HOMEM" DIVINO EM PENIEL (Gn 32.22-32)
·         Sem tentarmos oferecer respostas dogmáticas a perguntas que vez por outra nos assaltam, gostaríamos de considerar aqui o seguinte: o encontro com Deus, a recepção de uma bênção que não só queremos, mas de que precisamos, às vezes coloca-nos numa luta. Estranhamos o fato de que o próprio Deus, aparentemente, Se coloque como nosso inimigo.
·         Render-se significava também vencer, mas não antes de receber a bênção, bênção essa que nos lembra Jacó procurando em seu pai, Isaque, a garantia de um futuro feliz e próspero (Gn 27). Contudo, com Isaque, Jacó usou de subterfúgios, enganos e mentiras.
·         Nesta peleja o patriarca que "segurava o calcanhar", portanto, "suplantado, ou seja "o que tira vantagens sobre os outros pela astúcia", não tinha em que segurar, senão em Deus. Tudo o que ele poderia chamar "seu", estava longe dele, em certo sentido. Contudo, Deus tornou-se mais próximo, e ele segurava o Absoluto como quem agarra uma corda para não se afogar. Isto pode muito bem ser entendido como um ato de adoração. Viu a Deus face a face, e sobreviveu.
·         Assim deve ocorrer com o verdadeiro adorador. Nessa luta com Deus, a vontade egoísta precisa ser ferida como o foi a articulação da coxa de Jacó.

D.    MOISÉS ROGA A DEUS A SUA PRESENÇA (Ex 33.12-23)
·        O chefe da nação israelita, liberta da escravidão, gozava de uma extraordinária familiaridade com o Soberano. Passou quarenta dias em comunhão com Deus no cume do Sinai, enquanto o povo se desviava do caminho que Deus lhe ordenara (Ex 32.8). Moisés falava com o Senhor "boca a boca" (Nm 12.8).
·        O grande líder protestou diante da responsabilidade de fazer subir o povo, sem a devida colaboração: "Não me deste saber a quem hás de enviar comigo" (Ex 33.12).
·         Ele sabia que tinha achado graça aos olhos do Senhor, isto é, recebera aceitação plena, e que era visto por Deus como amigo: "Conheço-te pelo teu nome" (v.12). Porém, toda essa situação não garantia a permanência de Deus com ele. "Se tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar" (v.15).
·         Momentos especiais de comunhão não satisfazem a necessidade do homem que tem uma tarefa a cumprir, um caminho a trilhar. O líder de Israel ora da seguinte forma "Rogo-te que me faças saber neste momento o teu caminho, para que eu te conheça" (v.13).

E. ISAÍAS (Is 6.1 -8)
1. Contemplação e Comunhão (vv.1-4)
·         Isaías vivia em Jerusalém (7.1-3; 37.2) e, provavelmente, ia ao templo com bastante frequência Contudo, neste dia do ano 740 aC.,7 Deus tirou a cortina que cobria os olhos físicos de Isaías, e este viu o Senhor "assentado sobre um alto e sublime trono" (v.1).
·         O que Deus proporcionou naquela visão foi uma experiência sensível da proximidade dEle. Comumente pensamos em um Deus ausente, distante de nos, embora preocupado com o governo do universo. Raramente nos conscientizamos de que Ele está pronto a conversar conosco. Devemos nos lembrar de que a comunhão com Deus é possível exatamente porque Ele não se afasta de nós.
·         Isaías viu o trono do Senhor exaltado, "alto e sublime". Isto confirma a verdade de que Deus é soberano. Sua majestade e grandeza inspiram reverência. O temor a Deus é essencial; é o princípio da adoração!
·         O primeiro pedido da oração dominical "santificado seja o teu nome", deve abrir a porta para o lugar santíssimo aos verdadeiros adoradores, preocupados com um encontro com o Deus único.
·         Isaías contemplou o Senhor, como seu testemunho indica (v.1). A comunhão por intermédio da contemplação preparou o profeta para ouvir a voz de Javé (v.8). Buscar a presença de Deus, sem vê-lO, resulta em cultos vazios, sem qualquer expressão. Entrar no templo, ouvir o prelúdio, elevar o coração em oração e meditar numa passagem que descreva a bondade do Criador pode conduzir o adorador à presença real de Deus, como aconteceu com Isaías.
·         Estas realidades somente penetrarão em nossa consciência se o Espírito as comunicar para corações imbuídos de fé e esperança Pela fé, vemos aquilo que é invisível (Hb 11.1), porém real.

2. Convicção, Confissão e Purificação (vv.5-7)
·         Uma vez que contemplamos o Santíssimo e dentro de nós há um sincero eco do jogral dos serafins, a nossa alienação torna-se chocante. No mais profundo do nosso ser sabemos que estamos condenados. "Ai de mim! Estou perdido!" (v.5).
·         Jó expressou seus sentimentos assim: "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (42.5, 6).
·         Pedro, horrorizado ao pensar no horripilante ato de negar três vezes o seu Senhor, "chorou amargamente". Isto aconteceu porque o Senhor o fitou, e ele então "lembrou-se da palavra do Senhor" (Lc 22, 61, 62).
·         Confessar significa concordar com o pensamento de Deus
·         A adoração do cristão não se apaga no oceano do pecado reconhecido e confessado, mas apoia-se firmemente na rocha da "fonte aberta... para remover o pecado e a impureza" (Zc 13.1).
·         Incomparavelmente melhor do que a cura do corpo é a restauração da comunhão pela purificação do pecado (cf. Mc 2.5).
·         Este é o estado consequente do pecador que confiadamente achega-se ao trono da graça, a fim de receber misericórdia e achar graça (Hb 4.16).

3. Comunhão (Is 6.8-9)
·         "Depois disto, ouvi a voz do Senhor" (v.8). O coração purificado assemelha-se a ouvidos desobstruídos. Ele se torna sensível à vontade de Deus (Rm 12.2).
·         Em qualquer culto, o peso da responsabilidade de levar adiante a missão da igreja surge da alegria provocada pela absolvição dos pecados. A afirmação honesta, "eis-me aqui, envia-me a mim" (v.8), é uma consequência da gratidão que leva o pecador, que teve seus pecados perdoados, a querer servir.
·         Se falta confissão e arrependimento sinceros (1 Jo 1.9), o Diabo amarra a nossa língua Mesmo havendo esforço, neste caso o poder convincente do Espírito não envolve a Palavra. Ela volta vazia.

F.     MARIA UNGE OS PÉS DE JESUS (Jo 12.1-8)
·         Seis dias antes da Páscoa, numa ceia oferecida ao Senhor, Maria veio com o propósito de ungir-lhe os pés com bálsamo de nardo puro (Jo 12.1-8). Não veio para fazer uma súplica (como o fez quando Lázaro adoeceu mortalmente), nem para receber congratulações em consequência do notável milagre da ressurreição do seu irmão, mas para oferecer um presente, o mais precioso que tinha para dar.
·         Maria não adorou ao Senhor de maneira popular. Em seu ato de adoração, ela rejeitou valores humanos supremos em favor de valores divinos superiores, como passaremos a considerar.
a)      Maria não calculou o preço (v.3)
·         Adoração sem sacrifício torna-se, facilmente, inócua. Este foi o pensamento que inspirou Davi: "Não oferecerei ao meu Deus holocaustos que não me custem nada" (2 Sm 24.24)
b) Foi um ato de culto fundamentado na confiança de que Jesus era o Messias
·         Em termos de compreensão, Maria ultrapassou os próprios discípulos que não conseguiram conceituar o propósito central da encarnação (cf. Mc 8.32).
·         Assim, a adoração jamais deve estar separada do sacrifício supremo do Servo, no Calvário (Mc 10.45).
·         Em adoração, devemos dar ao Senhor a glória merecida, respondendo àquilo que ele nos revelou e proporcionou em Jesus Cristo, seu Filho.
·         Maria derramou o bálsamo todo. Não ofereceu uma parte para ficar com o resto, como Ananias e Safira fizeram com parte do dinheiro da propriedade vendida (At 5.2). Não se pode servir a dois senhores; Deus requer tudo ou nada (Mt 6.24; Rm 6.34; Gl 2.20). O ato de Maria, realizado há tantos séculos atrás, é um exemplo de rendição de vida ao Senhor, que com preço incalculável nos comprou.
·         Não deve passar despercebido o modo com que Jesus recebeu o ato de culto prestado por Maria A honra concedida agradou-Lhe profundamente.
·         Para muitos, que julgam como os discípulos, a moral desta história não se prende à falta de preocupação com os pobres, mas à perda inútil do precioso unguento. O bom senso nos induz a odiar qualquer desperdício: luzes acesas sem necessidade, pratos devolvidos com sobra de comida, preços altos numa loja mais do que em outra, enfim, qualquer gasto desnecessário cria revolta.
  
Extraído  do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993.