Missão
Existimos para o louvor e adoração do Senhor, abençoando e edificando os membros e visitantes da Igreja Batista Canaã para seu crescimento espiritual, através da ferramenta poderosa que são as artes.

Visão
Ampliar a artes na Igreja; incentivar o crescimento técnico e espiritual de nossos integrantes, baseados no serviço cristão; e comunicar o evangelho de Cristo através das artes e de vidas comprometidas.

Valores
Somos criados para louvar ao Senhor e devemos fazê-lo com todo o nosso ser, usando da criatividade e dos dons e talentos que o nosso Deus nos concedeu.
A palavra de Deus nos dá respaldo para usarmos todo tipo de linguagem artística para o louvor do seu nome (artes visuais, música, teatro e dança), de forma que edifique a comunidade cristã local e comunique a mensagem salvadora de Cristo.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

EBD - Lição 10: A ADORAÇÃO NA IGREJA CONTRASTADA COM A DO ANTIGO TESTAMENTO

Capítulo 10 : A ADORAÇÃO NA IGREJA CONTRASTADA COM A DO ANTIGO TESTAMENTO

·         O cristianismo é bipolar pela sua própria natureza. Esses dois pólos são o conteúdo da fé, fundamentado na sua mensagem revelada, e a adoração prática, através da qual o cristão e Deus mantêm comunhão.
·         De um modo geral, os cristãos não estão conscientes de que sua adoração reflete a teologia prática da comunidade onde estão inseridos.
·         A adoração centralizada no homem tende a negar a realidade do coração que confessamos. De um lado, a lei ameaça deslocar a graça como o motivo fundamental para se adorar a Deus.
·         Em resumo, a liturgia é teologia representada, a resposta humana a Deus e ao seu favor. As formas persistem enquanto o conteúdo evapora ou muda o seu centro de Deus para o homem.
·         Os evangélicos têm a tendência de separar a centralidade do senhorio de Cristo, biblicamente fundamentada, do viver cotidiano, de modo que a adoração se torna, com efeito, compartimentada em cápsulas de uma hora de duração, não sendo levado em consideração quão importante pode ser o ato de se "invocar o nome do Senhor juntos".

1 - A Maneira de Adorar e a Liberdade
·         I Coríntios 14.26-40
·         Desde o princípio, a adoração tem sido vítima de dois perigos: 1) um formalismo que desafia os moldes externos da liturgia, enquanto mortifica qualquer relacionamento vital com Deus; 2) uma espontaneidade que, por causa de desordem e confusão, deixa de estimular qualquer encontro sério com o Deus que procura verdadeiros adoradores.
·         Amando a liberdade, a igreja perdeu de vista a santificação e a comunidade.
·         Nem a forma correta nem a liberdade de expressão devem ter significado máximo na adoração. Amor sincero e um relacionamento pessoal obediente a Deus devem ser o mais importante.
·         A. P. Gibbs define a adoração como "a ocupação do coração, não com as suas necessidades, ou mesmo com as suas bênçãos, mas com o próprio Deus".
·         Marcos 7.6-9
·         Embora a diferença na forma de adoração no Novo Testamento seja mais marcada pelo modo cristão de encarar o tempo, o templo, o sacrifício e o sacerdócio, não há rompimento com o ideal vétero-testamentário quanto à verdadeira adoração.
·         O homem não está livre para adorar conforme sua própria vontade, mas apenas em "verdade", isto é, de acordo com os mandamentos de Deus. As suas expressões externas de adoração nasciam naturalmente do seu relacionamento genuíno com Deus.

2 - A Adoração e o Tempo
·         “Tempos designados" (Números 29.39) eram considerados centrais na expressão da adoração a Deus em Israel, porque eventos passados, nos quais Deus agira, nunca deveriam ser esquecidos.
·         O sábado, dia semanal de descanso e adoração é um exemplo fundamental do tempo consagrado a Deus. Ele foi fundamentado no descanso de Deus após a criação (Gênesis 1.1 2.3). O quarto mandamento impõe rigidamente a sua observância.
·         Em resumo, esta festa semanal foi instituída para lembrar ao homem a sua responsabilidade de adorar a Deus em "tempos e lugares determinados", bem como para proporcionar ao corpo físico o descanso necessário.
·         Para os cristãos, no relacionamento da Nova Aliança com Deus, o tempo é fundamental, por causa da salvação que Deus proporcionou na história. Por esta razão, é muito mais surpreendente o fato de que a adoração pelo Espírito, sob o amparo da nova era, rompe, decisivamente com o conceito dos "tempos designados" para a adoração prescrita sob a velha era.
·         Jesus repetidamente expressou a sua oposição à mentira legalista judaica, daqueles dias, de guardar o sábado (Marcos 2.23-28)
·         Por meio dessa afirmação, o Senhor apontou para a realidade da Nova Aliança, na qual Deus sempre permaneceria com o Seu povo. As leis do Antigo Testamento que regem a observância do sábado atingem o seu cumprimento no descanso sabático cristão (Hebreus 4.1-11)
·         O inspirado autor de Hebreus insta com os seus leitores para que aproveitem ao máximo o descanso de Deus. Não mais um dia semanal, literalmente falando; o descanso foi mudado para a herança da salvação que cristãos, fiéis a Cristo, compartilham e esperam.
·         Não há dúvida que a igreja judaica continuou a observar os sábados e a celebrar as festividades judaicas, mas a motivação não era mais por causa de uma obrigação divina As antigas práticas eram consideradas meramente um fenômeno cultural.
·         Se as igrejas primitivas fossem considerar "dias, meses, estações e anos" como elementos essenciais à adoração a Deus, elas recairiam na escravidão dos rudimentos fracos e pobres ou nos "espíritos" (stoicheia) que as haviam acorrentado anteriormente (Gálatas 4.8-11).
·         Em Atos podemos concluir que os membros da congregação de Jerusalém se reuniam diariamente (2.46; 5.42). Mas supomos que ninguém tinha a obrigação divina de frequentar todas as reuniões. Antes, a motivação suficiente para a frequência regular a alguma reunião de adoração, fosse no templo ou em casas particulares, surgia do impulso interno da nova alegria de se adorar ao Senhor.
·         Em meados do segundo século, Justino, o Mártir, tinha identificado o viver cristão com o sábado perpétuo que consiste de abster-se do pecado, não do trabalho. Irineu encarava o sábado como um símbolo do futuro reino de Deus, no qual aqueles que serviram a Deus "num estado de descanso, participariam da mesa de Deus". Tertuliano declarou: "Nós não temos nada a ver com as festividades judaicas". Orígenes disse do cristão perfeito: 'Todos os seus dias são do Senhor e ele está sempre observando o dia do Senhor", embora reconhecesse que a maioria era incapaz de guardar cada dia como uma festa.
·         Exatamente pelo fato de o domingo tornar-se o símbolo do novo começo, uma celebração Pascal semanal, era natural que a igreja primitiva adotasse aquele dia para a adoração pública. A reunião da comunidade no dia do Senhor dava testemunho eloquente da realidade da nova era. Tais reuniões eram consideradas uma antecipação da glória infinita a ser gozada no céu.
·         Mas tudo o que foi dito nas linhas anteriores de maneira nenhuma contradiz a verdade de que "os seres humanos precisam interromper o seu envolvimento em ocupações físicas e materiais e dedicar significativos períodos de tempo ao Senhor, num ciclo regular e constante.49 Isto ê verdade, porém a perspectiva do N. T. é de que o mundo físico e material deve ser abordado de um ponto de vista espiritual.

3 - O Templo
·         Na adoração do antigo Israel, o espaço sagrado era comparável, em importância, aos tempos divinamente designados.
·         Especialmente após o êxodo e a instituição da lei, o levantamento do tabernáculo significava localizar a glória de Deus no Lugar Santo.
·         Levítico 16.1-6
·         Nos recessos inacessíveis do Santo dos Santos, aquele aposento santo, respeitável primeiramente no tabernáculo e depois no templo onde Deus "residia", ficavam o propiciatório e a arca que continha as tábuas da Sua lei. Ali, o sangue da expiação pelos pecados da nação era aspergido, no mais solene rito anual de adoração. "A adoração é o protocolo pelo qual se pode entrar na presença divina".
·         O Santo dos Santos (debîr, lít. "a palavra") representa Monte Sinai, onde Deus se encontrou com Moisés, dando-lhe sua Palavra e mostrando-lhe sua glória. Assim, o tabernáculo e, posteriormente, o templo se tornaram extensões históricas daquele encontro, o modelo de adoração para o povo eleito. O templo era o único local de sacrifícios, consagrações e entrega de dízimos agradáveis a Deus.
·         Jesus declarou que um templo "não feito por mãos" estava destinado a tomar o lugar da temível grandiosidade da arquitetura herodiana. O término do templo ocorreria na associação da Sua morte (através do véu rasgado) com a invasão romana. A ressurreição do corpo de Jesus, então, criaria um templo de uma ordem distinta para o substituir (João 2.19-22)
·         Claramente devemos entender que a vida ressurreta de Jesus e a vinda do Espírito anularia as distinções geográficas "santas". A glória shekinah, antigamente localizada no templo, então habitaria exclusivamente no Filho, e seria compartilhada com todos os que nEle habitam (João 17.22-24).
·         A ligação entre o templo escatológico e o corpo ressurreto de Jesus é completada, então, na formação do templo, composta de cristãos reunidos. As igrejas locais podem ser consideradas "aposentos" na casa mundial de Deus.
·         Na reunião de adoração, a realidade do "templo" deve ser manifesta como a habitação de Deus, embora ele seja composto de "pedras vivas", em vez de madeira, pedra e argamassa.
·         A comunidade escatológica está sendo transformada num templo santo (nãos, "santuário") no Senhor, uma construção única, crescendo dinamicamente, na qual Deus habita pelo Espírito (Efésios 2.21-22), porque os membros precisam se reunir para se edificarem uns aos outros.
·         Para cada cristão, ele designa a responsabilidade de manter a santidade de todo o Corpo-templo. (I Coríntios 6.17-20)

4 - O Sacrifício na Igreja
·         Considerando que o homem é pecador, ele precisa de um sacrifício propiciatório para remover qualquer ofensa que o separe de Deus, de modo que possa ter comunhão com seu Criador.
1)      A oferta queimada, significando literalmente "aquilo que ascende" (Levítico 6.8-13). Ela produzia um "sabor de satisfação" de modo que do altar, no tribunal da casa de Deus, um fogo perpétuo e o sacrifício pudessem, duas vezes por dia "simbolizar a resposta do homem à promessa”.
2)      A oferta de manjares (Levítico 6.14-18) era literalmente chamada uma "dádiva". A "porção memorial", queimada com incenso ao Senhor, tinha como objetivo trazer a Aliança à lembrança de Deus.
3)      A oferta pacífica (Levítico 7.11-14). Seguindo um ritual preparatório idêntico àquele de quem apresentou a oferta queimada, o ofertante comia o sacrifício com alegria diante do Senhor. Ela expressava a plenitude e o bem-estar denotados pela shalom de Deus, compartilhada com sacerdotes e colegas.
4)      As ofertas pelo pecado e pela culpa (Levítico 6.24-7.10). Distintas das três festas anteriores que eram voluntárias, estas eram exigidas quando um pecador quebrava a lei de Deus e tinha o seu relacionamento interrompido com o Criador. Uma vez por ano o sangue expiatório tinha de ser levado para dentro do véu. Os objetivos desse sacrifício eram a restauração da comunhão e o acesso à presença de Deus por meio dos sacerdotes.
·         O foco sacrificial do Novo Testamento cai essencialmente sobre Jesus, como Sumo Sacerdote de Deus (Hebreus 4.14-16) e, também, como o Cordeiro que tira o pecado do mundo (João 1.29); qualquer outro sacrifício desaparece pela sua insignificância.
·         O seu sacrifício foi racional, voluntário e amoroso, contrastando com os sacrifícios de animais. Por esse ato, o julgamento eterno foi afastado; a redenção, garantida; e a herança eterna, prometida um laço eterno estabelecido entre Deus e o homem, a eterna aliança.
·         Jesus convidou a todos os que desejassem tornar-se seus discípulos a se auto-negarem, tomarem sua cruz e segui-lo (Marcos 8.34-38).
·         Para Paulo, isto significava que o imitatio Christi significava que ele deveria levar "sempre no corpo o morrer de Jesus", de modo que a vida de Jesus pudesse tornar-se manifesta na sua carne mortal (2 Coríntios 4.6-10).
·         Para Paulo, o batismo significa, no nível mais profundo do coração, uma necessidade de o candidato se considerar "morto para o pecado, mas vivo para Deus, em Cristo Jesus" (Romanos 6.6-12).
·         Outros exemplos do novo significado do sacrifício podem ser vistos no "dever sacerdotal de Paulo no sentido de proclamar o evangelho” (Romanos 15.15-16)
·         Em Hebreus, também, a adoração oferecida em louvor e gratidão expressas durante as reuniões da igreja, pertencem à categoria de sacrifício. (Hebreus 13.15-16)

5 - O Sacerdócio dos Crentes
·         Os sacerdotes eram pontes vivas entre o Deus santo e o homem pecador. O significado do termo "sacerdote" (kohen, em heb. ) é "aquele que fala a verdade", e mostra a ligação íntima que a sua função tinha com a profecia.
·         Somente o sumo sacerdote era ungido como O Ungido, embora seus filhos também recebessem aspersão com óleo. O resultado foi o surgimento de uma pirâmide ou uma hierarquia composta de sumo sacerdote no topo; depois sacerdotes; e, finalmente, levitas, separados do resto da nação.
·         Em vez de uma herança geográfica, estes homens consagrados tinham o direito de "herdar" o Senhor. Tanto o seu trabalho como o seu sustento tinham de vir unicamente de sua adoração contínua a Deus. (Números 3.10-13)
·         Agora que a nova era fora inaugurada, o autor de Hebreus prova que Jesus Cristo reúne todo o sacerdócio israelita no seu papel único de representante de Deus diante do homem e do homem diante de Deus. (Hebreus 5.1-10)
·         Claramente, então, o privilégio de o sacerdócio ser estendido a todos os crentes tem como fonte e modelo Aquele que os une a Si no próprio sacerdócio da Nova Aliança. "... tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vêm de um só" (Hebreus 2.11).
·         Pelo fato de os cristãos fazerem parte da "igreja dos primogênitos arrolados nos céus", eles estão convidados a entrar no Lugar Santo (Hebreus 12.22-23; 10.19-22).
·         No papel de sacerdote real de Deus, a igreja tem a feliz responsabilidade de desafiar toda a raça humana a reconhecer as virtudes do salvador do mundo. Portanto, tudo o que a Igreja faz para cumprir a sua missão pode corretamente ser considerado adoração.
·         À luz da compaixão sacerdotal infinita de Jesus, está claro que qualquer adoração que isola a Igreja das necessidades espirituais ou materiais do mundo não é bíblica. Tal isolamento nega a sua chamada sacerdotal. Através de atos práticos de amor, a igreja cumpre o seu desafio divino para dar testemunho do caráter do seu próprio Sumo Sacerdote (Atos 1.8).
·         Semelhantemente, a Ceia do Senhor como a expressão suprema da adoração neo-testamentária, expõe dramaticamente a união entre comunidade como um sacerdócio e a dádiva incomparável da vítima sacerdotal de Deus, carregando Ele mesmo em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados (1 Pedro 2.21-25).
·         Devemos viver todo tempo em serviço alegre. Cada ato obediente pertence, inseparavelmente, ao campo da adoração (Colossences 3.17).



Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993.