Missão
Existimos para o louvor e adoração do Senhor, abençoando e edificando os membros e visitantes da Igreja Batista Canaã para seu crescimento espiritual, através da ferramenta poderosa que são as artes.

Visão
Ampliar a artes na Igreja; incentivar o crescimento técnico e espiritual de nossos integrantes, baseados no serviço cristão; e comunicar o evangelho de Cristo através das artes e de vidas comprometidas.

Valores
Somos criados para louvar ao Senhor e devemos fazê-lo com todo o nosso ser, usando da criatividade e dos dons e talentos que o nosso Deus nos concedeu.
A palavra de Deus nos dá respaldo para usarmos todo tipo de linguagem artística para o louvor do seu nome (artes visuais, música, teatro e dança), de forma que edifique a comunidade cristã local e comunique a mensagem salvadora de Cristo.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

EBD: 9 - Obstáculos à Adoração


Capítulo 9 :    OBSTÁCULOS À ADORAÇÃO

·         Não é raro, em cultos realizados na igreja haver o sentimento de que faltou o mais importante. Trata-se do essencial na adoração, que é o encontro com Deus, Se a presença dEle não se toma real para os adoradores.
·         Se a frieza caracteriza os momentos que devem promover vitalidade espiritual, recomenda-se uma pesquisa sobre os possíveis impedimentos, e sobre como livrar-se deles. Seguem algumas sugestões.

1 - A Atitude Incoerente com a Adoração em Espírito e em Verdade
·         A adoração de Caim foi rejeitada pelo Senhor. (Gn 4.1-16)
·         Caim não estava em condições de cultuar, porque odiava seu irmão (1 Jo 3.11-15).
·         É necessário retirar do íntimo todo e qualquer espírito faccioso (eris, "dissenção" e echthra, "inimizade", em Gl 5.10, texto grego),1 se pretendemos nos aproximar de Deus.
·         O contexto da bem conhecida afirmação de Jesus, "onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mt 18.20), frisa a necessidade de que todo aquele que cultua perdoe seu irmão, para que possa esperar o cumprimento desta promessa (Mt 18.21-35).
·         Assim tentou fazer o servo que foi perdoado de uma dívida absurda de dez mil talentos (trezentos mil quilos de prata), mas não perdoou seu conservo que lhe devia cem denários apenas, uma soma irrisória se comparada a sua própria dívida. (Mt 18.15-35)
·         Tão sério é este impedimento no culto cristão, que Jesus ordenou que quem chegar à reunião da igreja com uma oferta para os necessitados, num ato de adoração característico da igreja primitiva, e lembrar-se de que um irmão na fé tem alguma coisa contra ele, será obrigado a deixar de ofertar para primeiramente reconciliar-se com o irmão ofendido (Mt 5.23,24).

2 - As Exterioridades e o Tradicionalismo
·         Os quacres, em 1650, reuniam-se sentados em círculo, esperando que o Espírito movesse alguém e o inspirasse a proferir uma palavra da parte de Deus. Tinham um desejo legítimo, que tornou-se uma prática tradicional pouco eficaz aos adoradores.
·         O livro de oração que rege os cultos episcopais (anglicanos) teve sua origem no desejo de se apresentar um culto ordeiro, sem imprevistos, uma liturgia completa de palavras escolhidas, sem lacunas.
·         Contudo, o apego aos modos tradicionais acarreta o perigo constante das exterioridades, da hipocrisia e da desonestidade. Deus se compraz "na verdade, no íntimo e no recôndito". O adorador precisa conhecer a sabedoria (Sl 51.6).
·         A experiência e a reação de Jesus, durante os dias da Sua jornada na terra diante dos rituais judeus, deve nos fazer parar e refletir. A tradição dos anciãos induziu os religiosos contemporâneos de Cristo a não comerem sem lavar cuidadosamente as mãos, juntamente com outras aspersões e lavagens destinadas a retirar a contaminação religiosa Deus ordenou que Seu povo evitasse a contaminação (Lv 11.47). Jesus avaliou o ritual meticuloso como hipocrisia, um exemplo de vã adoração.
·         As exterioridades corroem qualquer prática bem intencionada ou inocente, seja a de bater palmas, ajoelhar-se, ficar em pé, levantar os braços ou sentar-se num banco da igreja.
·         Porém, de Deus não se zomba (Gl 6.7). É impossível enganar Aquele que nos conhece totalmente. Se houver qualquer hiato entre o nosso falar e o nosso modo de agir, Deus o saberá antes Mesmo de começarmos a adorá-lo.
·         Se queremos "pisar os átrios de Deus", o mais importante é a nossa humilhação na presença da santidade incomparável de Deus. (Mt 11.25-30)
·         Para que o adorador evite o obstáculo das exterioridades na adoração, ele deve se curvar em humildade sincera, e reconhecer a sua indignidade.

3 - O Obstáculo da Rotina
·         Surgem hábitos que passam a regular a nossa vida e nos fazem ignorar a necessidade de aprendermos e renovarmos constantemente as nossas atitudes, de forma que haja um desgaste muito menor de nossa energia cerebral.
·         Nas relações interpessoais os hábitos representam um perigo. As esposas queixam-se de maridos que não lhes dão atenção.
·         Com muita facilidade a rotina pode caracterizar os cultos. Aquilo que atraía e empolgava no início da vida cristã passa a ser um hábito irrefletido, um caminho percorrido automaticamente, de maneira que a sua utilidade se perde. Se o culto se torna monótono, uma repetição cansativa, colocará um obstáculo terrível à verdadeira adoração. (Is 1.11-20)
·         Ao examinarmos o livro dos Atos dos Apóstolos, nos primórdios da igreja, não encontramos cultos rotineiros, cansativos e pesados. (At 20.7-12)
·         A descrição da igreja de Sardes, no Apocalipse, destaca o problema da rotina, apenas quarenta anos após o Início dessa igreja. (Ap 3.1-6)
·         Para que a adoração mantenha a sua legitimidade, o adorador precisa estar disposto a pensar, a mudar os hábitos estéreis.
·         Quando a oração e o louvor não são a principal alegria, quando a reunião semanal dos membros da igreja em culto não proporciona empolgação, podemos detectar um sinal de que Deus não é bem conhecido. Preocupamo-nos conosco mesmos, com nossas necessidades e interesses, mas não com o Pai que aguarda ansiosamente a comunhão com o Seu filho tão amado.
·         "Adorar não é uma parte da vida, mas é a própria vida". (G. Vann)

4 - O Mundanismo
·         Mundanismo quer dizer tudo que compõe a vida independente de Deus. (1 Jo 2.15-17)
·         Torna-se claro que o mundo estimula o desejo de possuir, dominar e impressionar. Segundo M. Muggeridge, o único desastre absoluto é "sentir-se em casa" neste mundo.
·         O compromisso do discípulo com a pessoa de Jesus e Seus mandamentos afasta o perigo do mundanismo. (Jo 17.14-19)
·         Em vez de as vaidades humanas serem o ímã da vida, o homem renascido pelo Espírito deve colocar o Senhor como centro e circunferência de sua vida.
·         2 Tm 4.10-11
·         "Se você se encontra amando qualquer prazer mais do que as orações, qualquer livro mais do que a Bíblia, qualquer casa mais do que a de Deus, qualquer mesa mais do que a do Senhor, qualquer pessoa mais do que Cristo, qualquer indulgência mais do que a esperança do céu, então tome conhecimento do perigo que você está correndo!" (T. Guthrie)
·         Orgulhar-se da aparência, da voz com que se canta louvores, da mensagem ou da eloquência, através da qual se pretende transmitir a palavra viva de Deus, é um sentimento indigno de todo culto oferecido a Deus. (Mt 23.27-29)

5 - O Pecado Não Confessado
·         Pecado consciente, cultivado e defendido no recôndito do coração, não pode deixar de ser motivo intransponível para Deus nos negar o prazer de Sua companhia. A santidade do Senhor e o apego obstinado a alguma impureza, por parte de um filho, torna impossível a adoração real. (Sl 66.17-20)
·         Por um lado, cada falha precisa ser especificamente apontada e colocada no altar de Deus. Isaías reconheceu o foco do seu pecado nos lábios impuros. (Is 6.5; Hb 12.1-2)
·         Em verdade, sabemos que Cristo promete habitar nos seus discípulos (Jo 15.5), mas essa comunhão bendita depende da lavagem dos pés, a Sua remoção da imundícia acumulada nos intervalos entre os períodos de adoração.


6 - O Desinteresse e a Ingratidão
·         A época em que vivemos se notabiliza pelos grandes empreendimentos e mudanças rápidas. Entretenimento e diversão tornaram-se gêmeos bem-vindos aos lares não só dos não-cristãos, mas dos cristãos também. Mas, qual é o preço espiritual que se paga pelos duvidosos prazeres que os meios de comunicação oferecem?
·         Os cristãos pagam a conta com a moeda do desinteresse pelos valores eternos. Na balança da vida, colocamos num prato as preocupações, interesses, atrações, enfim, tudo o que preocupa o pensamento. No outro prato, colocamos os elementos básicos que compõem a adoração: louvor, comunhão com Deus, gratidão e busca do reino de Deus na oração. (Lc 12.13-21)
·         Não devemos concluir que seria aconselhável desligar-se das fontes de comunicação, mas, sim, conscientizar-se do horrível obstáculo que elas levantam contra a adoração real, a menos que o cristão concentre sua atenção nos valores eternos.
·         O segredo é procurar cortar o que desvia a atenção e esfria a alegria no Senhor. Tudo o que Deus quer para Seus filhos é bom, não podre. Deve, portanto, ser recebido com ações de graça e consagrado pela palavra de Deus e pela oração (1 Tm 4.4-5).
·         Paulo recomenda uma peneira para a mente cristã. (Fp 4.8).
·         Se escolhermos uma dieta saudável para a mente, não será difícil adorar ao Senhor de forma a agradá-lo.

7 - A Preguiça e a Negligência
·         O cansaço atinge os mais zelosos se não houver uma vigilância persistente contra este inimigo silencioso do bem-estar espiritual. (Is 40.30-31)
·         A desgraça de muitas igrejas é evidente. Há mais zelo entre comunistas ateus e mais fanatismo entre adeptos de seitas heréticas do que entre os membros do Corpo vivo de Cristo.
·         A negligência no culto que devemos oferecer não danifica a comunhão apenas para o indivíduo ocioso. Isto afeta negativamente a todos. Os novos aprendem dos mais velhos, que "não faz mal chegar tarde, abandonar o culto de oração, ou dar uma escapadela no fim de semana". (Hb 10.25)
·         O sono, frequentemente, apodera-se do adorador ou porque este deitou-se tarde ou porque mantém um ritmo de trabalho acelerado. O adorador descobre que não tem disciplina necessária para concentrar-se na oração, no significado da leitura do texto bíblico e nem na exposição da Palavra.
·         Antes da traição, Jesus convidou seus três discípulos mais íntimos a vigiarem em oração. Três vezes eles dormiram na hora da angústia do Mestre (Mc 14.32-41).
·         Aprende-se a negligência da mesma forma como se contagia com o zelo. Os membros preguiçosos contaminam a comunhão dos santos. (1 Ts 5.14-15)
·         A preguiça aumenta num ambiente onde o culto não é valorizado. Várias maneiras e expressões da adoração já sofreram notável desvalorização em face da secularização de nossa época.
·         João Calvino dizia que o coração humano é uma fábrica perene de ídolos.16 Certamente, ele não estava se referindo a imagens de Jesus, de Maria e dos santos, mas à imaginação que se curva diante dos falsos deuses, como o dinheiro, a beleza e o conforto. A negligência da adoração deve ser encarada como um sintoma da idolatria do coração.
·         Quase sempre, a diminuição da fome pela comunhão com Deus tem alguma explicação razoável. Aos poucos, alguma coisa vai ocupando o espaço que antes abrigava o Espírito. Paixão por alguém do sexo oposto, um "hobby", descoberta de "novas" verdades num livro filosófico; enfim, qualquer desperdício de energia mental ou espiritual que deixe a pessoa desmotivada para um culto vital.





Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993.