Missão
Existimos para o louvor e adoração do Senhor, abençoando e edificando os membros e visitantes da Igreja Batista Canaã para seu crescimento espiritual, através da ferramenta poderosa que são as artes.

Visão
Ampliar a artes na Igreja; incentivar o crescimento técnico e espiritual de nossos integrantes, baseados no serviço cristão; e comunicar o evangelho de Cristo através das artes e de vidas comprometidas.

Valores
Somos criados para louvar ao Senhor e devemos fazê-lo com todo o nosso ser, usando da criatividade e dos dons e talentos que o nosso Deus nos concedeu.
A palavra de Deus nos dá respaldo para usarmos todo tipo de linguagem artística para o louvor do seu nome (artes visuais, música, teatro e dança), de forma que edifique a comunidade cristã local e comunique a mensagem salvadora de Cristo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

EBD: Lição 7 : OS EFEITOS DA ADORAÇÃO



INTRODUÇÃO
·     Se alguém nos perguntasse a razão de os cristãos passarem tantas horas preciosas sentados nos templos, cantando, orando e ouvindo mensagens, teríamos uma resposta fácil: Deus ordena que O adoremos.
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          À luz do preço infinito da salvação pago na cruz, todo sacrifício de tempo, dinheiro e esforço físico sempre será pequeno.  Adoramos a Deus porque o amamos e cremos firmemente que Ele deseja nossas fracas tentativas de expressar nossas ações de graça e dedicação.
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           Mas, adorar tem um valor extra Com muita razão, um escritor desconhecido disse: "A adoração transforma o adorador na imagem do deus diante do qual ele se curva". Esta conseqüência precisa ser cuidadosamente focalizada. Se alguém fizer do dinheiro seu deus, para ele as pessoas serão desvalorizadas em prol da ganância Paulo advertiu Timóteo: "Os que querem ficar ricos caem em
tentação e cilada... as quais afogam os homens na ruína e perdição" (1 Tm 6.9).
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         Se uma outra pessoa tiver a saúde e o bem-estar do corpo como seu deus, ela trocará o culto cristão por uma praia, montanhas e clubes. Suas economias financiarão a compra de vitaminas e alimentos sadios. Livros que orientam os leitores acerca de cuidados com o corpo físico substituirão a Bíblia. Os adeptos desta forma de pensamento mudarão assim a afirmação do apóstolo Paulo: "O exercício físico para tudo é proveitoso, mas a piedade para pouco é proveitosa... (1 Tm 4.8)
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        Se alguém elevar sua família ao trono supremo e perante ela se curvar, certamente será despedaçado pelas vontades divergentes e conflitantes que ali florescerão. Não foi apenas de forma teórica que Jesus declarou: "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6.24). Há também alguns que se chamem deuses, quer no céu, ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia para nós há um só Deus... para quem existimos, e um só Senhor... " (1 Co 8.5, 6).
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        Qualquer que seja o deus que cultuamos, dele aprenderemos como viver, alerta-nos para os efeitos de uma adoração voltada para um "senhor" deste mundo. Uma vez que a maioria das pessoas não adora ao Deus verdadeiro, não é de admirar que os valores se encaixem na seguinte deturpação das bem-aventuranças:

Felizes são as pessoas petulantes e atrevidas, pois delas é o progresso na vida.

Felizes são os insensíveis, pois nunca permitem que as coisas da vida lhes afetem.

Felizes são os estúpidos, pois nem se apercebem dos erros que cometem.

Felizes são os que dirigem com prepotência, pois assim é que obtêm bons resultados dos outros.

Felizes são as pessoas instruídas, pois sempre conseguem sair bem em qualquer situação.

Felizes são os valentões, pois, só pela fama que criam, todo mundo já os trata com cuidado. "1

Mas fica assentado que à medida que a adoração é verdadeira e oferecida pelo Espírito ao único Deus, haverá efeitos provocados pelos benefícios dessa comunhão.

1-      SEGURANÇA

·         O primeiro benefício que o culto em espírito e em verdade trará ao adorador deve ser a segurança íntima Crianças inseguras dependem de cobertores, chupetas e outros meios para substituir os braços maternos que lhes apertam contra o peito, e que na realidade são insubstituíveis.
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         Todos nós encaramos a incógnita da vida. Não podemos prever os acontecimentos de um dia e, muito menos, de um ano ou uma década. Criam-se a insegurança e a ansiedade que podem paralisar o homem que não se firmou no Senhor.
  
·         Salmos (42 e 43) apontam especificamente para a adoração real como a solução para a insegurança que todos enfrentam no desencadear dos acasos, num futuro desconhecido. À luz desta necessidade que todo ser humano tem, deve-se conclamar os adoradores, repetidas vezes, em cultos dos mais diversos, a uma fé viva no Deus Todo poderoso que faz com que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que O amam (Rm 8.28).2 A adoração edifica a fé sobre a Rocha divina que opera em todos os acontecimentos segundo o propósito de Sua vontade (Ef 1.11).
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    Os desafios da vida cortam-nos as pernas e machucam nossos pés. Onde haverá um terapia que levante nossos olhos para o horizonte e nos faça andar confiantes e esperançosos? A resposta bíblica sempre será: "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará" (Sl 37.5).

"Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento, reconhece-o em todos os teus caminhos e ele endireitará as tuas veredas" (Pv 3.5, 6).


2-     COMUNHÃO E RECONHECIMENTO MÚTUOS

·         O segundo efeito de uma adoração bíblica, conforme o coração de Deus, será a comunhão mútua na família de Deus. Um casal cristão, sofrendo de incompa-tibilidade de gênios, poderia assistir ao concerto de uma orquestra e arrepiar-se com a beleza e a força da música, mas os problemas de relacionamento em pouco ou nada melhorariam.
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        Nos capitulos anteriores vimos em Atos 2 e 4, 1 João e Mateus 25 que conhecer Jesus Cristo implica no reconhecimento dos que a ele pertencem. Adorar o Pai estimula a apreciação pelos "filhos". Se este não é o resultado do culto prestado pela igreja, pode-se concluir que ele não é verdadeiro, mas espúrio, uma simples forma sem essência.

3-     SANTIFICAÇÃO

·         O terceiro efeito notável que o contato com Deus produz é a busca da santificação. Sentimo-nos tão incomodados ao tomar conhecimento dos nossos deslizes morais e falhas espirituais na presença do único Deus santo, da mesma forma como nos sentiríamos usando roupas imundas, rasgadas e malcheirosas, na sala do trono, diante de um rei.
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         O desejo ardente de receber a lavagem que afasta nossa culpa, como ocorreu com Pedro na noite em que Jesus foi traído (Jo 13.9, 10), e a busca da santidade são conseqüências da aproximação de Deus, no Espírito.
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         Desse modo, o culto deve fazer-nos parar de usar a língua para mentir, xingar ou murmurar (Ef 4.29, 31). Uma língua oferecida inteiramente a Deus somente emite palavras "boas para edificação" (v.29); fala a "verdade em amor" (4.15). Se, como foi dito há muito tempo, "a única intolerância de Deus é o pecado", será impossível ficarmos tão cheios de auto-satisfação diante das evidências que uma consciência bem instruída pela Palavra nos fará ver, quando vivemos realmente na presença de Deus.  Se a "regeneração é a fonte, a santificação é o rio"

4-     VISÃO TRANSFORMADORA

·         O homem que normalmente vive na presença do único Deus terá sua visão do mundo mudada. Aos poucos, enxergará tudo do ponto de vista divino. "A capacidade de pesar todas as coisas na balança de Deus e dar a elas o mesmo valor que Deus dá é a marca da vida cheia do Espírito". Quando olhamos para a superfície, apenas para o presente, e não visualizamos o significado central nem o efeito eterno, demonstramos nossa comunhão superficial com Aquele que em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a Cruz.

·         A pessoa que examina a realidade à sua volta, fica contente ou triste pelo que vê. Mas será que o seu gozo é compartilhado com o Rei do Universo que está vendo estas mesmas circunstâncias e fatos?
  
·         Judas viu o recipiente de bálsamo partido e o conteúdo despejado. Sua visão defeituosa não permitiu que se alegrasse com Jesus nesse ato de amor (Jo 12.5-8). Paulo e Silas aparentemente tinham tudo para ficarem revoltados e tristes na prisão de Filipos. Mas, surpreendentemente, a visão que haviam obtido pela constante comunhão com Deus só deu motivos a louvores (At 16.25). O resultado da íntima comunhão com Deus cria o desejo de colocar a honra de Deus acima da própria segurança física

5-     EVANGELIZAÇÃO

·         O quarto efeito de um culto digno do Senhor será o desejo crescente do adorador de ser testemunha de Jesus Cristo e arauto das boas novas acerca dEle.  O Mestre convidou os discípulos a seguirem-no (Mt 4.19; Mc 1.17; Lc 5.10), mas os enviou sem obrigá-los a ir. "Ser-me-eis testemunhas em Jerusalém, Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1.8).
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        O propósito de Jesus para aqueles homens rudes e simples realizou-se pela comunhão (Mc 13.14) e pela concessão do Espírito Santo (At 1.8). Dessa forma, o Senhor deixou muito claro que a comunhão com Ele e o poder que dEle se originava motivaria toda a realização da tarefa missionária Se as igrejas evitam a comunhão permanente com o Arquiteto da Igreja (Mt 16.18), não é de se admirar os erros que os "mestres de obras" cometem. Nem deve-se estranhar a facilidade com que os trabalhadores desistem da obra ainda tão longe do término.
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       A adoração é a chave de ouro que motiva a evangelização. Os seres viventes e os vinte e quatro anciãos cantam o novo canto porque reconhecem a dignidade do Cordeiro que comprou com seu sangue os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9). Aqui na terra há um reflexo deste cântico em nossos cultos, mas freqüentemente são palavras expressas com pouco amor e sem o estímulo do Espírito Santo.

6-     PREOCUPAÇÃO COM  A ALEGRIA DE DEUS

·         Um efeito deve ser almejado acima de todos os outros. Diz respeito a Deus, não principalmente a nós. Deus procura verdadeiros adoradores que O glorifiquem. Se O adoramos de acordo com suas normas, ele se alegra (Cl 1.10; cf. Lc 15.32). "Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente" (Rm 11.36).
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         A única maneira de verificarmos se Deus agradou-se de nosso culto é conhecê-lo tão bem, a ponto de não haver possibilidade de erro. Jesus, e não os judeus, agradou sempre ao Pai porque Ele O conhecia, mas eles não (Jo 8.29, 55). Se nos apegarmos à verdade revelada na Bíblia até ao ponto de "habitarmos" na sua palavra (Jo 8.31), certamente chegaremos a conhecer melhor a Deus.

·         Para conhecer bem um homem, tomam-se necessários contatos maiores do que aqueles que, normalmente, um carteiro tem. Mesmo o convívio com um colega da escola ou da fábrica não proporciona a oportunidade de penetrar profundamente além da casca de um homem complexo.

·         Somente um filho ou a esposa pode reivindicar que conhece bem a personalidade do pai ou do marido. Um ato realizado por um filho de um ano de idade pode suscitar prazer ao pai, mas se a mesma ação for praticada pelo mesmo filho, cinco anos depois, decepciona e irritará o pai. Isto não acontece pelo fato de o pai precisar de estabilidade mental, mas unicamente porque espera que a passagem dos anos produza maior maturidade por parte do filho, "a santificação é progressiva; se ela não cresce é porque não vive".

·         Assim também se deu no relacionamento de Jesus com seus discípulos. Eles começaram sua caminhada em plena ignorância (Jo 1.35-39, 46). Incrivelmente, após uns dois anos ainda viam a realidade espiritual de maneira cega, como gatinhos recém-nascidos (Mc 8.18). Seus ouvidos eram comparáveis aos de um velhinho que não capta o que se passa ao seu redor (Mc 8.18). Seus corações tinham mais em comum com um coco seco do que com o órgão no peito que faz circular o sangue (Mc 8.17).

·         Esta péssima nota que Jesus deu a seus alunos não quer dizer, de forma alguma, que ele não se agradou com a decisão que tomaram de segui-lo. Sem dúvida, após aqueles dois anos (cf. Mc 8), entendiam bem mais do que nos primeiros dias.
  
·         Mesmo no fim da jornada em que os discípulos foram chamados de amigos (e não escravos), porque
"tudo que ouvi do meu Pai vos fiz conhecer" (Jo 15.15).  
“Jesus falou da vinda do Espírito que os guiaria a toda a verdade" (Jo 16.13).  
*Um conhecimento profundo e atualizado é resultado unicamente de um convívio íntimo e contínuo com Deus.
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     Mesmo os que dirigem os cultos deixam de perceber que a maioria dos cristãos passa seus anos sem jamais parar para perguntar se Deus está satisfeito com o culto a Ele oferecido.
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     Quando a adoração realmente acontece, duas pessoas se aproximam, sendo a primeira Deus, em sua majestosa perfeição, e a segunda, um pecador cansado pela futilidade de suas ambições não alcançadas.

·         A adoração deve reconcentrar nossas preocupações em Deus, desviando-nos das circunstâncias ao redor. Por Deus ser o supremo valor, de que valerão os "bons" ou "maus" acontecimentos que nos assediam? Tozer declarou: "Quem tem Deus e mais nada não tem menos do que o homem que tem Deus e tudo mais". Enquanto não adorarmos da forma verdadeira, esta frase apenas será uma frase bonita. Um dos efeitos mais notáveis da convivência com Deus será sempre o que Paulo expressa nestas palavras: "Para mim o viver é Cristo" (Fp 1.21). Agostinho falou uma grande verdade ao afirmar: "Deus encontra prazer em nós quando encontramos prazer nEle".


Extraído  do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993, págs 141-151.