Missão
Existimos para o louvor e adoração do Senhor, abençoando e edificando os membros e visitantes da Igreja Batista Canaã para seu crescimento espiritual, através da ferramenta poderosa que são as artes.

Visão
Ampliar a artes na Igreja; incentivar o crescimento técnico e espiritual de nossos integrantes, baseados no serviço cristão; e comunicar o evangelho de Cristo através das artes e de vidas comprometidas.

Valores
Somos criados para louvar ao Senhor e devemos fazê-lo com todo o nosso ser, usando da criatividade e dos dons e talentos que o nosso Deus nos concedeu.
A palavra de Deus nos dá respaldo para usarmos todo tipo de linguagem artística para o louvor do seu nome (artes visuais, música, teatro e dança), de forma que edifique a comunidade cristã local e comunique a mensagem salvadora de Cristo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

V Encontro Musical IBC

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EBD: 6 – A PRÁTICA DA ADORAÇÃO – parte 2


6 – A PRÁTICA DA ADORAÇÃO – parte 2

O Cântico no Novo Testamento

·         Surpreendentemente encontramos poucas referências ao cântico no N. T.
·         Mt 26.30; Mc 14.26; At 16.25

Salmos, Hinos e Cânticos

·         "Cânticos espirituais" (Cl 3.16), surgiram, provavelmente, por inspiração imediata do Espírito Santo.
·         No Apocalipse, várias referências aos cânticos dos adoradores celestiais revelam características de exultação e júbilo na contemplação da vitória retumbante de Deus e Seu Filho sobre todas as forças do maligno (5.9, 10; 14.3; 15.3, 4).
·         Os "salmos" (Cl 3.16) provavelmente são os mesmos do A. T., amados por nós e lidos. Nas sinagogas, os judeus cantavam salmos, como também os essênios do Mar Morto. em nossos cultos.
·         Os "hinos" (humnoi) também, provavelmente, referem-se aos hinos de louvor a Deus e a Cristo, compostos espontaneamente por cristãos, ou em outras horas.
·         Estas três palavras, "salmos, hinos e cânticos" (Cl 3.16), tomadas juntas, descrevem de modo global o âmbito da adoração expressa pela música e estimulada pelo Espírito. O termo "espirituais" refere-se a todas as formas de expressão de louvor contidas nos três termos, ainda que não possamos precisar as formas exatas da expressão musical
·         Não devemos deixar passar despercebido que mesmo que a igreja louve ao Senhor por meio da música cantada, ela estará igualmente, "instruindo e aconselhando" (gr. nouthetountes, "advertindo") uns aos outros por meio de tais expressões musicais. A Deus são oferecidos louvor e gratidão; aos membros da congregação estimula-se o encorajamento.
·         Muito tem sido publicado sobre hinos e cânticos compostos nas igrejas e citados pelos escritores do N. T.. Há muitos hinos chamados "sacramentais", entre os quais o mais bem atestado seria Ef 5.14. Reflete o significado da ordenança simbolizando morte e ressurreição, seguidas pela iluminação da instrução de Cristo na igreja.
·         Em segundo lugar, há meditações que empregam linguagem de retórica, e tratam de temas teológicos profundos como, por exemplo, Ef 1.3-14; Rm 8.31-39 e I Co 13.49 Não parece provável que estes textos tenham sido cantados como hinos ou versos decorados por todos os participantes, mas sua estrutura poética e lírica sugere a importância que devem ter tido na expressão de adoração no período do N. T.
·         Em terceiro lugar, podemos notar os hinos confessionais, como Paulo citou em 2 Tm 2.11-13. Este foi composto de quatro séries de linhas duplas sobre o tema do batismo e martírio. O ritmo nos versículos 15 e 16 faz-se notável no original. Neste hino, novamente o elemento de exortação se destaca encorajando o perseguido cristão a contemplar o galardão oferecido e garantido a todos os que perseveram.
·         Um quarto tipo de cânticos são os cristológicos. Nenhum sobressai com mais relevo do que 1 Tm 3.16, introduzido com a frase: "Grande é o mistério da piedade". Este "coro" ou "corinho" de apenas seis linhas contém o cerne da verdade cristã acerca de Jesus Cristo, que foi revelado (encarnado) na carne, mas justificado no Espírito.
·         Não devemos concluir que o canto é uma atribuição apenas de coristas e cantores talentosos que, após muitos ensaios, apresentam melodias harmoniosas e complicadas. A questão não é de o adorador "ter uma voz", mas de "ter um cântico". Os crentes contemporâneos de Paulo, que encheram as casas para adorar ao Senhor, tinham um cântico que o Espírito lhes dera
·         Sugerimos que a proclamação "em grande voz" de "milhões de milhões" de anjos, "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Ap 5.12), tinha seu eco de entusiasmo nas reuniões das igrejas locais em toda a Ásia. Hoje não é diferente. Milhares de jovens brasileiros participam calorosamente do canto deste "corinho". Apesar de hoje serem diferentes o ritmo e a melodia que acompanham esta expressão de louvor, o resultado final deve ser semelhante ao do primeiro século. Música que emana da alma e expressa as profundas emoções espirituais, como também os anseios do coração, é uma oferta digna da adoração em verdade.
·         No Antigo Testamento, a expressão musical muitas vezes acompanhava a oferta de sacrifícios. "No seu tabernáculo oferecerei sacrifício de júbilo; cantarei e salmodiarei ao Senhor" (Sl 27.6b). Ainda que hoje não queimemos holocaustos, nem degolemos cordeiros para ofertar, nosso louvor deve aumentar à proporção que Jesus Cristo, "nosso Cordeiro pascal" imolado por nos, se torna, para nós, mais valioso do que um animal mudo. Antes de Jesus Cristo, o judeu entregava à morte um bode ou bezerro, para fazer propiciação pelo seu pecado. Hoje, confiando no perfeito sacrifício do nosso Sumo Sacerdote-vítima, devemos oferecer "sempre sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome" (Hb 13.15).
·         A música envolve os sentidos, o corpo e a criatividade dos adoradores. Stephen Winwar falou: “Tanto em revelação como em resposta, a adoração deve envolver toda a personalidade do homem, o corpo e os sentidos, pensamentos e palavras, movimento e ação, como também o ouvir e o entender". Justamente no entusiasmo do cântico e do sacrifício de louvor é que os adoradores podem expressar "com todo seu coração" (Ef 5.19) o que sentem para com o Remidor de suas almas.
·         A música harmoniosa deve desafiar a congregação que canta a "esforçar-se diligentemente por preservar a unidade do Espírito" (Ef 4.3). A harmonia musical atrai porque as vibrações sonoras não entram em choques contraditórios, mas se complementam e despertam nossa admiração. As leis que regem a combinação dos tons e compasso do ritmo fornecem uma figura de complementação na diversidade dos membros da igreja que se unem em adoração (1 Co 12.13-26).

A Adoração e os Dons

·         Passando da descrição de adoração em Atos para Romanos e 1 Coríntios, descobrimos que o exercício dos dons do Espírito deve ser encarado como uma expressão de culto a Deus. Somente no caso dos dons serem motivados por amor genuíno pelos irmãos e por Deus é que podemos encaixá-los no quadro de um culto genuíno, "em Espírito e em verdade".
·         A significação dos cultos nos quais a congregação se reunia alcançou relevância particular na concentração de vozes louvando e ensinando juntas, com corações sedentos, aprendendo e aplicando a Palavra.
·         Edificação seria um dos termos chaves em 1 Coríntios 14 vv.3, 4, 5, 12, 17, 26), onde o apóstolo avalia os dons de profecia e línguas.
·         Creio que podemos confiar que o ensinamento inspirado acerca dos dons foi-nos dado para continuamente rebuscar a verdadeira adoração que agrada a Deus. Como Pai, Deus valoriza a contribuição de todos os Seus filhos, não apenas a do pastor titular. Por isso, "ser membros uns dos outros" (Rm 12.5) envolve o serviço a Deus, com os irmãos servindo-se mutuamente. O culto racional (logikēn, "espiritual, genuíno, verdadeiro") agrada a Deus (Rm 12.1), porque corresponde à figura do corpo humano cheio de saúde e vigor.

Extraído do livro “Adoração Bíblica” do Dr. Russell P. Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1993, págs 67- 104.